Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP). — Foto: Divulgação/FAB.
Um documento revelado pelo jornal O Globo sobre a inspeção do avião da Voepass, que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, aponta que a aeronave apresentava problemas com “ação corretiva retardada”, ou seja, com conserto pendente. Esse relatório sugere que uma das pendências era um defeito no EHSI (Indicador Eletrônico de Situação Horizontal), dispositivo crucial para a visualização de dados de navegação pelos pilotos.
Segundo o relatório, embora o EHSI não seja indispensável nem obrigatório em todas as situações, a sua ausência pode sobrecarregar os pilotos, principalmente em cenários onde a consulta a múltiplos instrumentos é necessária. O EHSI combina em uma única tela informações como bússola, GPS e radar, facilitando a navegação.
Problema no EHSI relatado em relatório
Até o momento, não há clareza se o defeito no EHSI contribuiu para o acidente. A Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) ainda está investigando as causas da queda da aeronave. A Voepass, em sua nota oficial, afirmou que apesar dos problemas listados, o avião estava dentro dos padrões exigidos para decolagem.
Qual a importância do EHSI para a navegação aérea?
O EHSI é um dispositivo que concentra diversas informações de navegação em uma única tela, incluindo bússola, GPS e radar. Em alguns tipos de aeronaves e rotas, as agências de segurança exigem sua utilização. Sua ausência pode levar ao aumento do trabalho dos pilotos, especialmente em condições de voo complexas.
Aeronave era sensível a gelo, afirma Voepass
O CEO da Voepass, Eduardo Busch, e o diretor de operações, Marcel Moura, confirmaram em coletiva de imprensa que o modelo da aeronave era sensível a formações de gelo. “Situações climáticas, como a aproximação de uma frente fria, facilitam a formação de gelo,” declarou Busch.
- Modelo sensível a gelo: formação de gelo pode ocorrer em certas condições climáticas.
- Manutenção de rotina: aeronave estava 100% operacional segundo a empresa.
- Investigação em andamento: causas do acidente ainda estão sendo investigadas.
Busch também destacou que a aeronave havia passado por manutenção de rotina nas oficinas da Voepass em Ribeirão Preto. Mesmo assim, o acidente resultou na morte de 62 pessoas, tornando-se o maior desastre aéreo do país desde 2007 em número de vítimas.
Manutenção realizada, mas acidente ocorrido: Quais as causas?
Ivan Sant’Anna, colunista de Crusoé e analista de aviação, sugeriu que o congelamento dos comandos poderia ter levado ao que especialistas chamam de “parafuso chato”, um tipo de perda de controle da aeronave. A análise das possíveis causas ainda está em curso, e a Cenipa continua as investigações para determinar os fatores que levaram ao acidente.
- Inspeção e relatório: revelaram problemas com o EHSI.
- Coletiva de imprensa: confirmada a sensibilidade a gelo.
- Investigações em curso: possíveis causas ainda sob análise.
O acidente do voo 2Z-2283, que fazia a rota de Cascavel (PR) para o aeroporto de Guarulhos em São Paulo, trouxe à tona a importância da manutenção e da inspeção rigorosa das aeronaves. A busca por respostas continua, enquanto a Voepass e as autoridades trabalham para esclarecer os fatos.