Uma delação realizada em março deste ano ao Gaeco, órgão do Ministério Público de São Paulo, trouxe à tona que Rafael Maeda Pires, conhecido como Japa, de 31 anos, teria intermediado o agenciamento de jogadores de futebol, como Du Queiroz e Igor Formiga, ambos ex-atletas do Corinthians, no ano de 2021. Segundo o promotor Lincoln Gakiya, não há indicativos de envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) com o Sport Club Corinthians Paulista ou qualquer outra equipe brasileira.
O promotor Lincoln Gakiya salientou que, mesmo com algumas mídias alegando que o MP-SP teria certeza do envolvimento do PCC em contratos de patrocínio irregulares do Corinthians, não há evidências concretas de tal ligação no inquérito policial nº 1521210-43.2024.8.26.0050. Em 2017, a facção proibiu seus integrantes de se associarem com torcidas organizadas de futebol ou escolas de samba, após ser apontada como responsável pelo assassinato de Moacir Bianchi, ex-líder da Mancha Verde.
Agenciamento dos Jogadores de Futebol
O Gaeco está investigando se as contratações dos atletas foram financiadas de maneira lícita ou com dinheiro vindo do tráfico de drogas, em um esquema de lavagem de dinheiro. Mensagens telefônicas capturadas de Japa, enviadas via WhatsApp, indicam um possível “livre trânsito” com dirigentes do Corinthians. Existem cópias de contratos e comprovantes de transferências bancárias vinculando Japa às negociações dos jogadores.
O que a investigação revela sobre Japa?
Em 14 de maio de 2023, Japa foi encontrado morto dentro de um Corolla blindado no Tatuapé, zona leste de São Paulo. A polícia civil investiga a possibilidade de suicídio forçado por ordem do “tribunal do crime” do PCC ou até mesmo homicídio, possivelmente com envolvimento de policiais civis. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos recentemente em 13 endereços relacionados ao caso, resultando na apreensão de armamentos, barras de ouro e celulares.
Qual o impacto destas investigações no Corinthians?
O Corinthians expressou surpresa ao saber da possibilidade de que atletas supostamente agenciados por integrantes do crime organizado tenham firmado contratos com o clube. A diretoria atual afirmou que esses contratos foram assinados antes de sua gestão, e se colocou à disposição para colaborar com as autoridades fornecendo documentos e esclarecimentos necessários para a completa apuração dos fatos.
Principais pontos da delação de Japa
- Acusação de intermediar contratações de jogadores de futebol
- Investigação sobre origem dos fundos utilizados no agenciamento
- Proibição do PCC quanto ao envolvimento de seus membros em atividades de torcidas organizadas
- Encontro de Japa morto, apontando para possível suicídio forçado ou homicídio
- Corinthians colabora com investigações e nega envolvimento com o PCC
O caso ainda está em apuração e novas revelações podem surgir conforme o inquérito avança. A possibilidade de Japa ter sido assassinado como queima de arquivo está sendo considerada pelas autoridades competentes.