Na última terça-feira, 27 de agosto de 2024, o partido Vente Venezuela, liderado por María Corina Machado, denunciou o sequestro de seu assessor jurídico e coordenador de campanha, Perkins Rocha. A notícia causou grande comoção e trouxe à tona a crescente repressão contra membros da oposição venezuelana.
Segundo informações do Comitê de Direitos Humanos do partido, Rocha foi capturado por homens encapuzados que o forçaram a entrar em um veículo sem identificação. Este incidente ocorre em um contexto político tenso após as últimas eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, marcadas por alegações de fraude eleitoral que resultaram na reeleição de Nicolás Maduro.
Contexto Político na Venezuela
A crescente repressão contra a oposição venezuelana tem sido uma constante nos últimos anos. Após as eleições presidenciais de 2024, onde Maduro foi reeleito sem apresentar as atas de votação, o cenário político se tornou ainda mais volátil. A oposição acusa o regime chavista de “terrorismo de Estado” e de utilizar medidas extremas para silenciar críticas e manifestações.
O Vente Venezuela, através de suas redes sociais, expressou indignação e exigiu a imediata libertação de Rocha. “Denunciamos o sequestro de nosso auditor perante o CNE [Conselho Nacional Eleitoral] e assessor jurídico, Perkins Rocha. Exigimos informações e sua imediata libertação”, afirmou o partido em um comunicado no X.
Perkins Rocha estava sob vigilância antes de seu sequestro. Segundo o Vente Venezuela, agentes do regime de Maduro estavam monitorando sua casa e confiscaram computadores e outros equipamentos eletrônicos dias antes do incidente. O partido vê essa ação como parte de uma estratégia mais ampla de intimidação contra a oposição.
Informações do site Efecto Cocuyo sugerem que o sequestro de Rocha ocorreu logo após ele ter se manifestado publicamente contra uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, que validou os resultados eleitorais anunciados pelo CNE. Para María Corina Machado, este episódio é uma clara retaliação política.
Onde Está Perkins Rocha?
Segundo uma amiga de Rocha, o advogado estaria detido no Centro Penitenciário El Helicoide, um local conhecido por ser o maior centro de tortura da Venezuela. No entanto, o regime de Maduro não confirmou oficialmente o paradeiro de Rocha, aumentando as preocupações sobre sua segurança e bem-estar.
María Corina Machado, líder do Vente Venezuela, foi enfática ao atribuir a responsabilidade pelo sequestro a Nicolás Maduro. Em um post no X, ela descreveu Rocha como “um homem justo, valente, inteligente e generoso” e afirmou que o sequestro é uma tentativa do regime de enfraquecer a oposição.
“O regime de Nicolás Maduro sequestrou meu amigo e companheiro de causa, Perkins Rocha. Perkins é nosso advogado pessoal, nosso Coordenador Jurídico e representante do Comando Com Venezuela [bloco de oposição] perante o CNE. Um homem justo, valente, inteligente e generoso. Um venezuelano exemplar. Pretendem nos dobrar, nos desviar e nos aterrorizar. Nós seguimos em frente, por Perkins, por todos os presos e perseguidos, e por toda a Venezuela. Seremos livres”, escreveu Corina Machado.
Repercussão Internacional
O sequestro de Perkins Rocha já começa a gerar repercussão internacional. Organizações de direitos humanos e governos estrangeiros estão atentos às ações do regime de Maduro e condenando o que chamam de violações aos direitos fundamentais. Em tempos de tensão política, a situação de Rocha pode ser um catalisador para novos desenvolvimentos na arena internacional.
Esse incidente ressalta a fragilidade das instituições democráticas na Venezuela e a necessidade de uma pressão internacional contínua para garantir direitos e liberdades aos cidadãos venezuelanos.
- Denúncia Internacional: A atenção global sobre o caso aumenta a pressão sobre o regime de Maduro.
- Segurança de Rocha: Não há confirmação oficial sobre o paradeiro de Rocha, elevando a preocupação com sua integridade física.
- Resposta da Oposição: O Vente Venezuela permanece determinado a lutar contra a repressão e a buscar justiça para Rocha e outros presos políticos.