A Polícia Federal (PF) deve iniciar a intimação de delegados da Polícia Civil de São Paulo depois de receber novas informações sobre o vazamento de mensagens que implicam o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O perito computacional Eduardo Tagliaferro esteve envolvido neste caso após seu celular ter ficado sob custódia da Polícia Civil durante seis dias após sua prisão em maio.
De acordo com fontes ligadas à investigação, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo já teria sido avisada de maneira informal sobre a possibilidade de intimações nos próximos dias. O vazamento das mensagens ainda levanta suspeitas sobre a possível participação de membros da Polícia Civil durante o período em que o celular de Tagliaferro esteve apreendido.
Investigação do Vazamento envolvendo Alexandre de Moraes
Em depoimento à PF, Tagliaferro afirmou que entregou seu aparelho celular a um compadre na ocasião de sua prisão por violência doméstica. Posteriormente, esse compadre teria sido procurado pelo delegado José Luiz Antunes, que alegou ter recebido uma ordem de Alexandre de Moraes para encaminhar o dispositivo para Brasília. Contudo, o celular permaneceu com a Polícia Civil de São Paulo e foi devolvido a Tagliaferro posteriormente sem qualquer tipo de lacre ou invólucro.
Como a PF pretende conduzir as intimações?
A PF está focada em entender se o vazamento realmente teve origem dentro da Polícia Civil de São Paulo. O período em que o celular de Tagliaferro ficou sob custódia na delegacia é crucial para a investigação. Até o momento, não há provas conclusivas sobre a participação dos policiais civis. Porém, a PF pretende levar esses elementos em consideração enquanto analisa possíveis violações de procedimentos internos e externalidade das informações contidas no celular.
Outros Ministros Defendem Alexandre de Moraes
Após a revelação do jornal Folha de S.Paulo de que Alexandre de Moraes teria desrespeitado o rito formal ao pedir a produção de relatórios sobre investigados do STF ao TSE, outros ministros do STF e a Procuradoria-Geral da República se posicionaram em defesa de Moraes. Ministros como Flávio Dino, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia reiteraram publicamente não haver qualquer ilegalidade em suas ações.
O depoimento de Tagliaferro à Polícia Federal no dia 22 de agosto de 2024 trouxe à tona novos detalhes que podem ser fundamentais para solucionar o mistério do vazamento. Para Tagliaferro, a abordagem e o pedido do delegado José Luiz Antunes são indicativos de irregularidades. Essa informação fortalece ainda mais a suspeita de que o vazamento possa ter tido origem dentro da própria Polícia Civil de São Paulo.
Com as intimações iminentes, a expectativa é que mais detalhes venham à tona, permitindo que as autoridades esclareçam o que realmente ocorreu durante os seis dias em que o celular ficou sob custódia da delegacia. O desenrolar dessa investigação poderá trazer um novo capítulo para o caso, impactando tanto o panorama público quanto a credibilidade das instituições envolvidas.