Nicolas Puech, um dos herdeiros de Thierry Hermès, fundador da renomada grife especializada em objetos de couro, recentemente se viu envolvido em uma complicada disputa judicial. A acusação de que 6 milhões de ações, equivalentes a 12 bilhões de euros, desapareceram misteriosamente de seu controle, foi recusada por um tribunal da Suíça.
Essa fortuna, que representa aproximadamente R$ 73 bilhões, teria sido, segundo Nicolas Puech, mal administrada pelo ex-gestor Eric Freymond. O bilionário, conhecido por querer deixar sua fortuna para seu jardineiro, alega que Freymond tinha total controle sobre seus ativos entre 1998 e outubro de 2022.
O Tribunal Suíço e as Alegações de Nicolas Puech
Durante o período em questão, quase 6 milhões de ações da Hermès foram transferidas para vários bancos na Suíça. Puech afirmou que desconhecia a movimentação exata dessas ações, já que Freymond era o responsável por todos os extratos bancários relacionados à fortuna familiar.
No entanto, o tribunal suíço decidiu que não havia provas suficientes para sustentar a acusação de má gestão por parte de Freymond. Pelo contrário, ficou determinado que Puech havia concedido voluntariamente a administração de seus ativos e assinado documentos em branco que permitiam acesso irrestrito às contas bancárias.
Quem é Nicolas Puech?
Nicolas Puech é um descendente de quinta geração de Thierry Hermès, fundador da famosa marca Hermès, que é sinônimo de luxo e elegância em artigos de couro, incluindo a icônica bolsa Birkin. Apesar de seu estatuto, Puech sempre teve uma abordagem mais altruísta em relação a sua fortuna, expressando desejo de deixar seu legado para um antigo jardineiro.
Depois da controvérsia jurídica, Puech também se viu em oposição a membros de sua própria família quanto à participação do magnata Bernard Arnault na Hermès.
Como Bernard Arnault Entrou na História?
- Bernard Arnault é o proprietário do conglomerado de luxo LVMH e o terceiro homem mais rico do mundo, segundo a Forbes.
- Ainda que a família de Puech se opusesse, Nicolas foi a favor do aumento da participação de Arnault na Hermès.
- Arnault não conseguiu adquirir a grife por completo, mas chegou a possuir 23% das ações da empresa em 2014.
- Em 2014, o herdeiro Nicolas deixou o conselho fiscal da Hermès, coincidindo com a venda gradual das ações de Arnault.
Quais Foram as Decisões do Tribunal?
Segundo o tribunal suíço, Nicolas Puech voluntariamente entregou a gestão de sua fortuna a Eric Freymond, assinando documentos que permitiam o ex-gestor a administrar os ativos sem dificuldades. A alegada “fraude gigantesca” era, segundo a justiça, indetectável para pessoas comuns.
A determinação tribunal deixou claro que não havia impedimento algum que justificasse a falta de interesse de Puech pela evolução de seus ativos.
As Implicações Finais
Este caso envolvendo bilhões de euros e figuras eminentes do mundo do luxo ilustra o quão complexas podem ser as relações de confiança e gestão financeira no alto escalão. A batalha não só colocou em disputa o controle de uma gigantesca fortuna, como também ventilou publicamente uma rivalidade familiar e empresarial de longa data.
A decisão do tribunal encerra, pelo menos judicialmente, este episódio da vida de Nicolas Puech, ainda que as implicações e ressentimentos internos entre os envolvidos possam perdurar por anos.
A novela da família Hermès e o papel de figuras de proeminência como Bernard Arnault continuam a fascinar e manter o público intrigado, revelando que mesmo os bastidores das maiores fortunas do mundo não são imunes a dramas pessoais e legais.