A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro criticou nesta 3ª feira (27/8) a versão do Hino Nacional cantado em linguagem neutra no comício do candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (Psol). A declaração foi feita através de seus Stories no Instagram, gerando uma grande repercussão nas redes sociais.
“Que insanidade mental é essa??? Meeeeu Deus!”, exclamou Michelle Bolsonaro, expressando seu espanto diante da adaptação da letra do hino. O evento em questão ocorreu no sábado (24.ago) durante o 1º compromisso de rua da campanha de Boulos, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Comício de Boulos e a Polêmica da Linguagem Neutra
Durante o evento na praça do Campo Limpo, chamou a atenção um momento em que uma artista declamou “des filhes” ao invés de “dos filhos” no verso “dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil”. Esse momento acabou viralizando e movimentando discussões acaloradas nas redes sociais.
A polêmica sobre a linguagem neutra não é nova. Movimentos em prol de uma linguagem menos sexista existem no Brasil pelo menos desde os anos 1990. Muitas dessas práticas foram pensadas para incluir mais explicitamente ambos os gêneros nas comunicações, como exemplificado na frase “todas e todos têm algo a dizer” em vez de “todos têm algo a dizer”.
O que é a Linguagem Neutra?
A linguagem neutra é uma forma de comunicação que visa não marcar o gênero, utilizando terminologias que não discriminem masculino ou feminino. A prática vem ganhando adeptos, principalmente entre pessoas não-binárias que, segundo elas, não se identificam com os gêneros tradicionalmente binários.
- Gênero Não-Binário: Indivíduos que não se identificam estritamente como homem ou mulher.
- Termos Neutros: Expressões como “todes” são usadas para evitar a marcação de gênero.
- Linguagem Inclusiva: Propostas que buscam incluir todos os gêneros nas comunicações escritas e faladas.
O uso de linguagem neutra gera opiniões polarizadas. Enquanto alguns defendem como um avanço social e inclusivo, outros enxergam como uma afronta às tradições da língua portuguesa e à cultura nacional. Michelle Bolsonaro, por exemplo, vê a adoção dessa linguagem como uma “insanidade mental”.
- Tradicionalistas: Acreditam que a língua deve manter suas estruturas tradicionais.
- Progressistas: Defendem a necessidade de adaptar a língua para refletir uma sociedade mais inclusiva.
- Neutros: Entendem as motivações de ambos os lados e buscam um meio-termo na questão.
A opinião de Michelle Bolsonaro reflete um segmento da população que vê nessas mudanças uma ameaça à tradição e à identidade nacional. Enquanto isso, apoiadores da linguagem neutra consideram a adaptação linguística uma forma de inclusão e respeito a todas as identidades de gênero.