A produção de diamantes sintéticos vem sendo refinada ao longo dos anos. O princípio baseia-se em que tanto os diamantes naturais quanto os artificiais são compostos de carbono. A primeira síntese de diamantes artificiais ocorreu em 1954 pela General Electric Laboratories, nos Estados Unidos, onde os cientistas descobriram o processo de transformar o grafite em diamante. Desde então, duas técnicas principais têm sido utilizadas para a produção de diamantes sintéticos: a de alta pressão-alta temperatura e a deposição de vapor químico.
Como são produzidos os diamantes sintéticos?
Para entender melhor, exploraremos como essas duas técnicas funcionam. A técnica de alta pressão-alta temperatura simula as condições extremas sob as quais os diamantes naturais se formam nas profundezas da Terra. Para isso, são necessárias pressões acima de 5 GPa e temperaturas superiores a 1.500ºC. Este método tem sido aprimorado desde a década de 1950 e ainda é amplamente utilizado.
Já a técnica de deposição de vapor químico, por sua vez, envolve a colocação de uma “semente” de diamante em um ambiente com gás rico em carbono. Sob pressões mais baixas, em torno de 27 kPa, o diamante sintético se forma por meio da deposição química do carbono sobre a semente. Esta técnica é conhecida por ser capaz de produzir diamantes com maior pureza e menos inclusões.
Qual a novidade da nova técnica de produção de diamantes sintéticos?
Segundo o estudo publicado na Nature, agora é possível fabricar diamantes sintéticos por menos de 500 euros por grama sem a necessidade de pressões extremas. A grande inovação nesta pesquisa é que não será mais necessário utilizar o gás rico em carbono. Em vez disso, o uso de um metal líquido como estanho, chumbo, mercúrio ou bismuto pode substituir o gás, permitindo que o diamante seja “cultivado” em condições de pressão atmosférica e temperaturas mais baixas.
Por que essa nova técnica pode ser mais sustentável?
A fabricação de diamantes de maneira tradicional consome muita energia devido às condições extremas de temperatura e pressão necessárias. A nova técnica apresentada pela Nature oferece uma alternativa mais eficiente em termos de consumo de energia. O metal líquido usado no processo atua tanto como solvente quanto como catalisador, facilitando a formação do diamante sem os custos ambientais elevados.
Com a temperatura de fabricação mais baixa, este método torna-se menos prejudicial ao meio ambiente, oferecendo uma resposta aos desafios ecológicos da produção de diamantes tradicionais. A sustentabilidade é um fator crucial na adoção de novas tecnologias, e essa inovação parece promissora em reduzir o impacto ambiental.
Quais são os benefícios dos diamantes sintéticos?
Os diamantes sintéticos oferecem várias vantagens em comparação aos naturais:
- Custo mais baixo: São significativamente mais baratos de produzir do que os diamantes naturais.
- Menor impacto ambiental: A nova técnica reduz o consumo de energia e emissões de carbono.
- Qualidade controlada: Permitem maior controle sobre a pureza e tamanho dos diamantes produzidos.
- Ética: Evitam problemas associados à mineração de diamantes naturais, como condições de trabalho perigosas e conflitos armados.
Os avanços na tecnologia de produção de diamantes sintéticos prometem não apenas tornar essas pedras mais baratas e acessíveis, mas também menos nocivas ao meio ambiente. Com técnicas inovadoras, como a utilização de metais líquidos, estamos cada vez mais próximos de uma produção de diamantes realmente sustentável. Fique de olho nas novidades, pois esse mercado deve passar por grandes transformações nos próximos anos.