Um incidente violento ocorrido em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, chamou a atenção das autoridades e da população. Na última quarta-feira (14), um ex-policial militar licenciado do Mato Grosso do Sul foi baleado por sua ex-mulher. O homem, que não corre risco de morte, declarou em depoimento que ela estava escondida em um armário antes de efetuar os disparos.
A mulher teve sua prisão em flagrante convertida para preventiva e alega legítima defesa. De acordo com seu advogado, ela agiu para proteger sua própria vida durante um episódio de agressão. Todas as partes envolvidas e os testemunhos estão sob investigação para esclarecer a dinâmica desse episódio dramático.
➡️ Médica invade apartamento, se esconde em armário e atira no ex
— Metrópoles (@Metropoles) August 15, 2024
Médica atirou no ex-companheiro na frente do filho de 8 anos, alegando legítima defesa. Caso ocorreu em Santa Catarina
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Reprodução/Metrópoles
Investigações Sobre o Crime em Jaraguá do Sul
Segundo o delegado Caleu Henrique Gomes de Mello, há um vídeo que mostra a mulher arrombando a porta do apartamento antes da chegada do ex-companheiro. Testemunhas relataram ter ouvido pelo menos cinco disparos, embora o homem tenha sido atingido por três tiros.
O delegado informou que a mulher entrou no imóvel antes do ex-policial militar. O filho do casal estava no andar de baixo, mas subiu ao ouvir os disparos, presenciando parte do crime. A pistola 9 milímetros usada pela mulher foi apreendida. Ela possuía certificação de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC).
O Que Diz a Médica Suspeita?
Daniel de Mello Massimino, advogado de defesa da médica, apresentou a versão dos fatos relatada por sua cliente. Segundo ele, a mulher foi até o apartamento preocupada com a saúde do filho, já que não conseguiu contato telefônico com o ex-companheiro.
A médica levava consigo a arma de fogo devido ao histórico de violência entre o casal, já que possuía CAC por conta da litigância. Ao encontrar o ex-policial, o atrito verbal evoluiu para uma agressão física, momento em que a mulher decidiu usar a arma para se defender. A defesa sustenta que ela agiu em legítima defesa.
Abrangência da Investigação Policial
Embora a médica alegue legítima defesa, a Polícia Civil suspeita de crime premeditado. Relatos iniciais apontam que ela alugou um apartamento no mesmo local e invadiu o imóvel antes da chegada da vítima, já armada. O síndico do prédio também relatou não ter ouvido qualquer discussão antes dos disparos.
A investigação continua em andamento, com análises periciais ainda em desenvolvimento para determinar a sequência dos acontecimentos. A apuração busca esclarecer se há coerência entre os relatos e as evidências encontradas no local do crime.
O delicado estado das relações familiares entre os envolvidos também é objeto de análise. Segundo a Polícia Civil, a médica resistia a permitir o contato entre pai e filho, descumprindo decisões judiciais. No fim de semana do crime, o pai tinha uma ordem de busca e apreensão para buscar a criança na escola.
Havia uma medida protetiva impedindo o contato entre o ex-casal. Apesar disso, relatos indicam que os dois viviam juntos no Mato Grosso do Sul antes do rompimento. A mulher mudou-se para o Nordeste e depois para Jaraguá do Sul, enquanto o pai permaneceu no Mato Grosso do Sul, viajando para Santa Catarina apenas para ver o filho.
Após o crime, a custódia do filho foi repassada ao Conselho Tutelar, que acompanha o caso de perto. A situação envolve complexas questões familiares e judiciais, exigindo uma abordagem cuidadosa das autoridades para garantir o bem-estar do menor.