O Ministério da Educação (MEC) anunciou o bloqueio de R$ 500 milhões em verbas do programa Pé-de-Meia apenas três dias após sua expansão. O programa consiste no pagamento de uma bolsa para estudantes que concluírem o ensino médio. Esse congelamento faz parte das medidas de contenção de despesas decretadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na semana passada.
Apesar do bloqueio, o MEC garantiu que o Pé-de-Meia “não sofrerá qualquer alteração”. A medida integra um congelamento de R$ 15 bilhões no orçamento para cumprir as regras fiscais deste ano. Desse total, R$ 1,3 bilhão será no Ministério da Educação, que inclui R$ 1 bilhão de bloqueio e R$ 279,3 milhões de contingenciamento.
Como o Bloqueio Afeta o Programa Pé-de-Meia?
Metade do bloqueio do Ministério da Educação recaiu sobre o programa Pé-de-Meia, comprometendo 76% do orçamento previsto para 2024, que é de R$ 640 milhões. Isso significa que cerca de R$ 500 milhões dos R$ 1,3 bilhão bloqueados na Educação impactaram diretamente o Pé-de-Meia.
No entanto, o MEC afirmou que a execução do programa não será comprometida. O montante bloqueado seria suficiente para atender 54 mil estudantes, considerando o valor total da poupança de R$ 9.200 por aluno durante todo o ensino médio.
Expansão do Programa Pé-de-Meia: Uma Necessidade?
Na última sexta-feira, 2, Lula e o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciaram a expansão do programa para incluir mais de 1 milhão de novos estudantes. Entre eles estão alunos do ensino médio público com família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e com renda per capita de até meio salário mínimo, além de estudantes da educação de jovens e adultos (EJA).
Essa expansão busca alcançar quase 4 milhões de estudantes, garantindo que mais jovens tenham acesso ao benefício. Segundo o MEC, os recursos para essa ampliação estão garantidos, apesar do bloqueio.
O que Dizem as Outras Partes Envolvidas?
Procurado pela reportagem, o Ministério da Educação está avaliando as medidas publicadas pelo decreto de congelamento. Até o momento, o MEC não especificou quais outras áreas além do Pé-de-Meia serão afetadas. “O MEC mantém articulação constante junto à equipe econômica do governo e seguirá trabalhando para que, com a melhoria do cenário econômico, haja retorno das programações para a execução da pasta”, afirmou a instituição.
Além do Pé-de-Meia, outras áreas da educação também sofreram cortes significativos. As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em institutos federais e universidades, educação básica e hospitais universitários também foram impactadas. O congelamento totalizou R$ 15 bilhões, com R$ 239,7 milhões especificamente contingenciados em apoio ao desenvolvimento da educação básica.
Quais São os Próximos Passos?
Os ministérios afetados têm até esta terça-feira, 6, para indicar onde serão feitos os cortes e quais programas serão atingidos. A equipe econômica do governo pretende ter liberdade para cortar integralmente as despesas bloqueadas e remover essas verbas do orçamento para dar suporte ao crescimento dos gastos obrigatórios.
O Ministério da Educação, assim como os demais órgãos, está atuando junto à equipe econômica para assegurar que, uma vez normalizada a situação fiscal, os programas afetados possam retomar sua execução plena. Por enquanto, o bloqueio gera incertezas sobre o futuro de várias iniciativas educacionais que são cruciais para o desenvolvimento do país.
- O que é o programa Pé-de-Meia?
- Como o bloqueio afeta os estudantes?
- Quais serão os próximos passos do governo para contornar a situação?