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O recente depoimento de Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), trouxe à tona revelações sobre a produção de relatórios contra alvos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à revista Oeste, Tagliaferro explicou o funcionamento do monitoramento realizado pelo TSE.
Segundo Tagliaferro, as ordens para elaborar os relatórios vinham diretamente do juiz auxiliar de Alexandre de Moraes no STF, Airton Vieira. “Eu só recebia ordens”, afirmou, ao comentar sobre suas funções no TSE. “A interpretação dos relatórios, se havia crime ou não, quem decidia era o ministro. Eu não tinha poder de decisão nenhum.”
Monitoramento de desafetos de Ministros: Como funcionava?
A produção de relatórios envolvia a monitorização de movimentos em redes sociais e outros comportamentos de possíveis alvos. Tagliaferro revelou que, ao assumir o cargo, os alvos já estavam sendo monitorados e sua função era continuar essas atividades. “Se falou comigo três, quatro vezes, foi muito. As coisas vinham, não eram para mim. A assessoria monitorava, de fato, o que era o objetivo dela”, revelou.
Quem é Eduardo Tagliaferro?
Eduardo Tagliaferro, perito em crimes cibernéticos e ex-servidor do TSE, encontra-se no centro de um escândalo que envolve o vazamento de mensagens de membros da Corte, divulgadas pela Folha de S.Paulo. Segundo o jornal, Tagliaferro era responsável pela investigação e elaboração de relatórios solicitados pelo então presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
Em um desenvolvimento inesperado, Tagliaferro, anteriormente considerado homem de confiança do ministro, foi acusado de ser o responsável pelo vazamento das mensagens. Em 22 de agosto de 2024, ele depôs à Polícia Federal em São Paulo como parte de uma investigação ordenada pelo próprio Moraes.
Responsável pelo vazamento
Em sua entrevista à Oeste, Tagliaferro nega veementemente as acusações de que teria vazado dados de seu celular. Ele argumenta que as informações podem ter sido coletadas quando seu aparelho foi apreendido pela Polícia Civil de São Paulo, em 2023, durante uma prisão por violência doméstica, crime que ele também nega ter cometido.
Principais revelações do caso
- As ordens para a produção dos relatórios vinham do juiz auxiliar Airton Vieira.
- Os alvos do monitoramento já estavam definidos antes da entrada de Tagliaferro na AEED.
- Tagliaferro revelou que teve pouco contato direto com o ministro Alexandre de Moraes.
- O ex-servidor acredita que as informações vazadas foram coletadas quando seu celular foi apreendido.
O escândalo envolvendo Eduardo Tagliaferro e o monitoramento dos desafetos do ministro Alexandre de Moraes levanta sérias questões sobre a transparência e os métodos empregados pelo TSE e STF. À medida que a investigação avança, novas informações podem vir à tona, trazendo mais clareza aos acontecimentos.