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Um estudo inovador realizado pela Universidade Metropolitana de Osaka, no Japão, trouxe à luz o potencial terapêutico da Ecklonia cava, uma alga marrom rica em antioxidantes. A pesquisa investigou os efeitos dessa alga na prevenção da doença de Parkinson, destacando resultados promissores.
A Ecklonia cava é encontrada predominantemente nas costas do Japão e da Coreia. Rica em polifenóis, esta alga comestível tem sido alvo de estudos devido às suas propriedades antioxidantes. Os pesquisadores administraram antioxidantes da Ecklonia cava a camundongos por uma semana antes de expô-los à rotenona, um pesticida que tende a induzir sintomas semelhantes aos do Parkinson.
Ecklonia cava e Seus Benefícios para o Parkinson
Os resultados evidenciaram que a função motora dos camundongos, afetada pela rotenona, foi restaurada com a introdução da Ecklonia cava. Além disso, os testes mostraram que houve uma melhora significativa na função motora intestinal e na estrutura da mucosa do cólon.
Experimentos adicionais em células modelo de doença de Parkinson revelaram que os antioxidantes da Ecklonia cava ativam a enzima AMPK, que atua como um sensor de energia intracelular e inibe a produção de espécies reativas de oxigênio. Este mecanismo é crucial, pois as espécies reativas de oxigênio são responsáveis pela morte de células neuronais.
Como a Ecklonia cava Previne o Parkinson?
Segundo a professora Akiko Kojima-Yuasa, líder da pesquisa, “os antioxidantes da Ecklonia cava podem reduzir os danos neuronais através da ativação da AMPK e da inibição da produção de espécies reativas de oxigênio intracelulares”. Isso sugere que a alga pode ser um ingrediente eficaz na prevenção da doença de Parkinson.
Novos Caminhos para Tratamentos Personalizados?
Outro estudo, conduzido pela Universidade de Nagoya, também no Japão, identificou uma ligação entre a microbiota intestinal e o Parkinson. Os pesquisadores observaram uma redução de microrganismos que sintetizam as vitaminas B2 e B7, importantes para combater a inflamação e manter a integridade da barreira intestinal.
A microbiota, conhecida como o “segundo cérebro”, produz 95% da serotonina do corpo humano. Os cientistas analisaram amostras de fezes de pacientes com Parkinson e de indivíduos saudáveis de diferentes países, buscando alterações comuns que pudessem ser associadas à doença.
Quais são as Próximas Etapas da Pesquisa?
A pesquisa revelou uma diminuição nos genes bacterianos responsáveis pela síntese de riboflavina (B2) e biotina (B7). Essas vitaminas têm propriedades anti-inflamatórias que são essenciais para combater a inflamação presente no Parkinson e manter a barreira intestinal íntegra.
- Os pesquisadores observaram uma maior permeabilidade intestinal em pacientes com Parkinson.
- Isso expõe os nervos a toxinas, contribuindo para a agregação de proteínas associadas à doença.
- A inflamação resultante afeta processos vitais no cérebro.
Hiroshi Nishiwaki, o pesquisador responsável pelo estudo, acredita que a terapia poderá ser personalizada com base no perfil microbiano de cada paciente. “Com base nessas descobertas, poderíamos administrar suplementos de riboflavina e biotina, o que poderia constituir um tratamento eficaz”, declarou Nishiwaki.
Conclusão
Os avanços nos estudos sobre a Ecklonia cava e a microbiota intestinal representam um passo significativo na busca por tratamentos mais eficazes para o Parkinson. Esses achados trazem esperança de que, no futuro, seja possível não só prevenir, mas também tratar de maneira personalizada essa doença que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro.
Com mais pesquisas e investimentos, a expectativa é que ingredientes naturais como a Ecklonia cava possam ser incorporados a soluções terapêuticas, oferecendo uma nova esperança para quem convive com o Parkinson.