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O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva, informou nesta segunda-feira (19) que o Estado está sem estoque de vacinas contra mpox, doença antigamente conhecida como varíola dos macacos. Segundo Paiva, um ofício foi enviado ao Ministério da Saúde na última quinta-feira (15) para saber se há previsão de compra de novas doses e quantas estariam à disposição de São Paulo, mas até o momento, não houve resposta.
De acordo com os dados, o Estado de São Paulo registrou 315 casos de mpox entre janeiro e julho deste ano. Esse número é significativamente maior do que os 88 casos confirmados no mesmo período de 2023, embora esteja longe dos 4.129 casos registrados em 2022, quando ocorreu um surto da doença.
Falta de Vacinas Contra Mpox Preocupa Autoridades de Saúde
O aumento no número de casos de mpox, em comparação ao ano passado, deixa as autoridades de saúde em alerta. Eleuses Paiva destacou que, embora o cenário “ainda não seja preocupante”, o vírus é extremamente transmissível. Por isso, o governo estadual tem capacitado profissionais de saúde para diagnosticar a doença de maneira eficaz.
No Sistema Único de Saúde (SUS), a responsabilidade pela aquisição de imunizantes é do governo federal, enquanto cabe aos Estados distribuir as vacinas para os municípios, que são os principais responsáveis pela aplicação.
Qual é a Situação Atual da Mpox no Brasil?
A mpox voltou a ser considerada uma emergência de saúde global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última quarta-feira (14), após o aumento de casos em países africanos, impulsionado por uma cepa mais letal do vírus. Até o momento, não há registro de casos dessa nova variante no Brasil.
No Brasil, a vacinação contra a mpox começou em 2023, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar o uso provisório de um imunizante conhecido como Jynneos ou Imvanex. Este é um diferencial em relação a outras vacinas, pois pode ser usado tanto antes quanto depois do contato com alguém contaminado (pré ou pós-exposição ao vírus).
Quem Deve Receber a Vacina Contra Mpox?
Com um número reduzido de doses, a vacinação pré-exposição foi destinada a pessoas vivendo com HIV e profissionais de laboratório que trabalham diretamente com o vírus. Já a vacinação pós-exposição é voltada para pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de casos suspeitos, prováveis ou confirmados para mpox. Nessas situações, a recomendação é que a vacina seja administrada até quatro dias após a exposição. Apenas em circunstâncias excepcionais a imunização pode ser realizada em até 14 dias.
A falta de vacinas contra a mpox em São Paulo é um desafio que precisa ser abordado o mais rápido possível. O Ministério da Saúde anunciou que está negociando a compra de 25 mil doses da vacina com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), mas, de acordo com Paiva, a secretaria ainda não recebeu nenhuma comunicação oficial sobre essa negociação.
Enquanto aguardam a chegada de novas doses, os esforços de educação e formação dos profissionais de saúde são essenciais para prevenir a propagação do vírus. Este enfoque é particularmente importante, dado o alto grau de transmissibilidade da mpox. Manter a população informada e preparada é uma estratégia crucial para lidar com a possível expansão da doença.