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Em entrevista ao CNN Entrevistas, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), criticou o governo federal por não cumprir as promessas de recursos para a recuperação do estado após as enchentes devastadoras de maio. Leite destacou que, dos R$ 91,7 bilhões prometidos pelo governo federal, apenas R$ 13,5 bilhões foram efetivamente pagos, o que representa apenas 14,7% do total anunciado.
Após as fortes chuvas de maio, que causaram enchentes severas no Rio Grande do Sul, o governo federal anunciou um pacote de ajuda financeira para apoiar o estado. No entanto, Eduardo Leite ressaltou que a execução desses recursos está muito aquém do esperado. Dos recursos destinados à reconstrução do estado, que incluem novos financiamentos, antecipação de benefícios e prorrogação de tributos, a parcela de pagamento é ainda menor. Apenas pouco mais de 4% dos recursos novos prometidos foram efetivamente entregues aos gaúchos.
Promessas e realidade
Em resposta às críticas, a assessoria da Casa Civil afirmou que os recursos estão sendo pagos conforme as necessidades do estado e dos municípios. “Não faltaram recursos do Governo Federal, que sempre esteve disponível e em diálogo com o governo do Estado e com os municípios desde o momento mais crítico do desastre até agora e será assim enquanto o Rio Grande do Sul necessitar”, declarou a assessoria. Eles também mencionaram que os pagamentos estão sendo feitos diariamente e que a atualização dos dados no portal de acompanhamento é semanal, o que pode dar a impressão de um baixo índice de pagamento.
Além dos R$ 13,5 bilhões já pagos, a Casa Civil destacou o repasse de R$ 1,01 bilhão em emendas parlamentares para os municípios gaúchos. Contudo, Eduardo Leite argumenta que esse valor seria repassado independentemente da tragédia.
Impactos das enchentes no Rio Grande do Sul
As enchentes de maio afetaram 478 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, impactando mais de 2,3 milhões de pessoas e resultando em 179 óbitos, conforme dados da Defesa Civil do estado até 27 de junho de 2024. A situação permanece crítica, com o nível do Guaíba, em Porto Alegre, próximo à cota de inundação, e outros rios como o Rio dos Sinos, Caí e Gravataí também em alerta.
Eduardo Leite reforçou a necessidade de maior transparência e celeridade na liberação dos recursos prometidos, destacando a urgência de atender às necessidades dos gaúchos. A Casa Civil, por sua vez, garantiu que os esforços de apoio e reconstrução continuarão enquanto o estado necessitar, prometendo uma elevação nos valores aplicados nas próximas atualizações.
Recursos novos e polêmicas
O montante de R$ 74,2 bilhões em novos recursos inclui uma série de iniciativas, como a destinação de medicamentos, reconstrução de rodovias e apoio à segurança pública. No entanto, apenas R$ 3,1 bilhões desses novos recursos foram pagos até o momento. Um dos pontos de destaque é o auxílio reconstrução, destinado a pagar R$ 5,1 mil por família afetada pelas enchentes. Até agora, R$ 816,3 milhões desse auxílio foram repassados a 167 mil famílias.
- Destinação de medicamentos
- Reconstrução de rodovias
- Apoio à segurança pública
A compra de um milhão de toneladas de arroz estrangeiro, parte dos recursos novos, também gerou controvérsias. Um leilão realizado pela Conab para adquirir 300 mil toneladas foi anulado devido a suspeitas de fraude. Apesar das suspeitas, o governo continua com a reserva do valor previsto para a compra e planeja novos leilões.
Transparência e futuro
Enquanto a população do Rio Grande do Sul enfrenta os desafios pós-enchente e as baixas temperaturas, a expectativa é que os recursos prometidos sejam finalmente liberados para garantir uma recuperação eficaz e justa para todos os afetados. A transparência no uso desses recursos é uma reivindicação constante do governador Eduardo Leite, que espera uma resposta mais ágil do governo federal.
Com a promessa de que os esforços de apoio e reconstrução serão mantidos, o futuro dos gaúchos continua incerto, mas esperançoso de que as ações necessárias serão tomadas para reverter os danos causados pelas enchentes.