Na última sexta-feira (2), novos dados de emprego nos Estados Unidos revelaram sinais de desaceleração na maior economia do mundo. O payroll, relatório que monitora o mercado de trabalho americano, mostrou que foram criadas 97 mil vagas no setor privado em julho. Este número está abaixo do registrado no mês anterior e das projeções do mercado. Além disso, o dólar mostrou subida nesta segunda (5).
Com uma taxa de juros elevada, dúvidas sobre a força da economia americana para os próximos meses são reacendidas. Este cenário causa uma postura cautelosa entre os investidores, levando bolsas de valores ao redor do mundo a apresentar quedas significativas.
Impacto da Desaceleração Econômica na Economia Americana
Esse enfraquecimento no mercado de trabalho, conforme apontado pelo payroll, contribui para um cenário menos otimista para os próximos meses. A criação de 97 mil empregos em julho ficou abaixo dos 136 mil registrados em junho e dos 148 mil previstos pelo mercado financeiro.
Além disso, o aumento de 14 mil pedidos de seguro-desemprego na semana passada, totalizando 249 mil, traz mais evidências de uma economia em desaceleração. “Esses números sugerem um enfraquecimento do mercado de trabalho, apesar da volatilidade natural dessa época do ano”, afirma a XP Investimentos.
Por que o Preço do Dólar Sobe ou Cai?
A decisão do Federal Reserve (Fed) de manter os juros entre 5,25% e 5,50% ao ano também influencia a percepção de uma possível desaceleração econômica mais acentuada. Juros altos dificultam a tomada de crédito e financiamento, o que pode diminuir o consumo e os investimentos, afetando o mercado de trabalho.
Há uma expectativa quase unânime de corte de juros em setembro, segundo a ferramenta de análise FedWatch do CME. Além disso, balanços corporativos abaixo do esperado, como os da Amazon e Intel, adicionam cautela ao cenário econômico.
- Dólar: Às 09h15, o dólar subia 1,66%, cotado a R$ 5,8036, chegando na máxima do dia a R$ 5,8641.
- Ibovespa: O índice fechou a véspera em queda de 1,21%, aos 125.854 pontos, acumulando uma queda de 1,32% na semana e perdas de 6,24% no ano.
Reações no Mercado Internacional
Seguindo a tendência negativa, bolsas de valores do mundo inteiro também viveram um dia de desvalorização. Na Ásia, por exemplo, o índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, despencou 12,40%, um patamar não visto desde a crise financeira global de 2011.
- Taiwan: O índice Taiex teve uma queda de 5,7%.
- Hong Kong: O Hang Seng perdeu 2,1%.
- Austrália: O S&P/ASX200 recuou 1,3%.
- Coreia do Sul: O Kospi caiu 3,4%.
Na Europa, o índice STXX Europe 600, que reúne empresas de 17 países, recuava mais de 3%, refletindo o sentimento global de incerteza.