O empresário Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo nas eleições de 2024, viu seu canal no YouTube ser derrubado nesta segunda-feira (26). A notícia foi divulgada pelo próprio Marçal em seu perfil reserva no Instagram, plataforma onde ele mantém mais de 2,7 milhões de seguidores.
A suspensão do canal no YouTube ocorre apenas dois dias após uma decisão judicial ordenar o bloqueio de seu site e perfis em várias redes sociais, incluindo Instagram, X (antigo Twitter), TikTok e o próprio YouTube. O gesto da Justiça Eleitoral acirrou a disputa política, trazendo à tona uma série de questões legais e éticas na campanha de Marçal.
Hoje o nosso canal também foi censurado.
— Pablo Marçal (@pablomarcal) August 26, 2024
Se você arrastar pro lado verá o primeiro vídeo que eu postei lá em 2018.
É um novo tempo para o nosso movimento e eu quero que você deixe o seu sentimento nos comentários 👇🏻 pic.twitter.com/CNv3ib074V
Justiça Eleitoral de São Paulo Ordena Bloqueio de Perfis de Pablo Marçal
A decisão judicial envolvida na suspensão das contas de Marçal foi proferida pela Justiça Eleitoral paulista em caráter liminar. O juiz Antonio Maria Patiño Zorz determinou a ação após uma queixa apresentada pela campanha da candidata Tabata Amaral (PSB).
Tabata alega que Marçal está utilizando um sistema de pagamento em redes sociais semelhante ao caixa 2. Segundo suas palavras, o candidato do PRTB paga para que editores criem vídeos favoráveis a ele, disseminando esses conteúdos em diferentes plataformas. Tais práticas teriam sido consideradas um possível abuso de poder econômico e comunicação indevida.
Por que a Justiça Eleitoral Tomou Essa Decisão?
O juiz Zorz, em sua decisão, afirmou que havia indícios de que a campanha de Marçal podia estar extrapolando os limites permitidos. Segundo ele, a prática de pagar por vídeos editados, conhecidos como “cortes”, poderia indicar um abuso de poder econômico.
- Transposição de limites: A decisão menciona que Marçal poderia estar requerendo e propagando vídeos de forma excessiva para aumentar sua visibilidade.
- Monetização dos “likes”: A suspeita é de que os “likes” nos vídeos editados poderiam facilitar um abuso de poder econômico.
- Busca por equilíbrio: A Justiça busca manter a equidade entre os candidatos, especialmente nas redes sociais, devido à rapidez na propagação de informações.
Qual o Impacto Dessa Decisão nas Redes Sociais?
A decisão de suspender os perfis de Marçal visa manter a “paridade de armas” entre os candidatos, buscando equilíbrio e proporcionalidade na conduta de cada um. O magistrado destacou que a fluidez e rapidez da propagação de informações nas redes sociais exigem um cuidado redobrado, pois qualquer conteúdo pode ter efeitos positivos ou negativos, dependendo de como é produzido e disseminado.
De acordo com o juiz, a suspensão dos perfis que buscaram a monetização dos “cortes” é uma medida para evitar o uso indevido das comunicações. No entanto, ressalvou que não está proibindo a criação de perfis para propaganda eleitoral dentro dos limites legais.
Não é a primeira vez que Marçal busca visibilidade nas redes sociais. Com um estilo comunicativo direto e provocador, suas táticas têm gerado discussões acaloradas. Nesta última ação, porém, a Justiça decidiu intervir, acreditando que os “cortes” pagos poderiam desequilibrar a corrida eleitoral.
Essas medidas estão sendo discutidas amplamente, e o desenvolvimento desse caso ainda pode trazer novas reviravoltas. Para quem acompanha de perto a política paulistana, 2024 promete ser um ano de fortes emoções e disputas judiciais.