Fabio Wajngarten, conhecido advogado e ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação da Presidência, anunciou que deixará a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi tomada por “dever de ofício”, segundo suas próprias palavras.
Wajngarten explicou sua decisão em entrevista à coluna de Paulo Capelli, do Metrópoles. Segundo ele, a necessidade de afastamento está diretamente relacionada ao Código de Ética da advocacia e à legislação vigente.
Por que Fabio Wajngarten Está Deixando a Defesa de Bolsonaro?
O advogado aponta que seu indiciamento pela Polícia Federal no caso das joias sauditas foi o principal motivo para sua saída. De acordo com a PF, Wajngarten teria atuado na recompra de um Rolex nos Estados Unidos com o objetivo de “atrapalhar as investigações”. O advogado considera essa acusação injusta.
Wajngarten afirmou: “A razão é simples: por minha atuação como advogado do ex-presidente Bolsonaro, fui injustamente indiciado pela Polícia Federal no caso da suposta venda e compra de joias presenteadas ao ex-presidente da República”.
De acordo com Fabio Wajngarten, o indiciamento criou um conflito de interesses que tornou impossível sua continuidade na defesa de Bolsonaro. Ele argumentou que a situação é um típico caso de criminalização da advocacia, o que inviabiliza sua atuação em defesa do ex-presidente.
O advogado prosseguiu: “Mesmo sendo um caso latente de criminalização da advocacia, não poderei mais representá-lo, uma vez que o conflito de interesses fica consignado irremediavelmente”.
O Caso das Joias Sauditas
A investigação sobre a suposta venda e recompra de joias envolve uma lista de 11 indiciados, incluindo Jair Bolsonaro. A PF suspeita de irregularidades e possíveis tentativas de obstruir a investigação, um caso que tem ganhado grande repercussão na mídia.
Perseguição Política?
Fabio Wajngarten defende a postura de Bolsonaro e aproveitou para criticar as investigações, que segundo ele, têm caráter de perseguição política. O advogado acredita que os múltiplos inquéritos abertos contra Bolsonaro desrespeitam diversos aspectos da Constituição.
“Continuo convencido de que os inúmeros inquéritos abertos contra o presidente Bolsonaro se caracterizam por uma inominável perseguição política e onde, por diversos momentos, a Constituição foi desrespeitada”, concluiu Wajngarten.
Recentemente, diversos eventos têm cercado a ex-presidência de Bolsonaro, além da questão das joias sauditas. Entre eles estão as investigações sobre a suposta falsificação de cartões de vacina e outras ações controvérsias.