Um caso de intolerância religiosa e acusações de racismo veio à tona na comunidade de Jardim Petrópolis, no Recife, após um homem ser filmado depredando um terreiro de candomblé. O incidente ocorreu na zona oeste da cidade e está sendo investigado pelas autoridades locais.
O agressor, identificado como Thiago Campelo de Melo, de 43 anos, é vizinho do Terreiro Ilê Axé Oyá Igbalé Funan há seis meses. As tensões começaram a escalar na terça-feira (2/7), com divergências sobre um espaço de convivência destinado às crianças no centro religioso.
⏯️ Homem destrói com marreta terreiro de candomblé e é denunciado por injúria
— Metrópoles (@Metropoles) July 4, 2024
Um homem foi filmado ao lado da esposa, depredando um terreiro de candomblé no Recife, Pernambuco. Usando uma marreta, ele destruiu objetos como jarros de plantas e um banco de concreto. pic.twitter.com/MkqTc6WAwJ
Na manhã seguinte, coincidindo com o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, Thiago retornou ao local e começou a destruir o jardim destinado às crianças usando uma marreta. Este ato foi capturado em vídeo por testemunhas, que prontamente acionaram a polícia. Os agentes chegaram ao local e conduziram o agressor até a Central de Plantões da Capital para registro de boletim de ocorrência.
Reações e declarações sobre o ato de vandalismo
A ialorixá Elaine Bezerra Torres, líder do espaço, está profundamente abalada com os acontecimentos, mas se mantém firme em seu papel de líder comunitária. Ela destacou que o espaço, em funcionamento há oito anos, sempre promoveu os direitos e a cultura da comunidade de matriz africana, enfatizando a natureza pacífica e respeitosa dos praticantes.
Durante o conflito, a esposa de Thiago proferiu insultos racistas contra membros do terreiro, o que agravou a situação, transformando um ato de intolerância religiosa também em um caso de injúria racial. Janaína Raiane do Nascimento, integrante do terreiro, relatou esses insultos e expressou sua indignação perante a resposta violenta e desrespeitosa.
Investigações em andamento e os próximos passos
A Polícia Civil do Recife está cuidando do caso e afirma que a classificação do crime pode ser alterada à medida que a investigação progride. De acordo com a advogada Patrícia Teodósio, que representa as vítimas, há uma preocupação quanto ao reconhecimento adequado dos crimes cometidos, incluindo a injúria racial.