Entre 2019 e 2022, o câncer de bexiga foi responsável pela morte de quase 5 mil brasileiros a cada ano. Este dado pertence a um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com base em informações do Sistema de Informações do Ministério da Saúde (SIH/SUS). Durante esse período, registrou-se um total de 19.160 óbitos, sendo que a maioria dos casos ocorreu entre homens.
Ademais, o estudo indicou mais de 110.508 novas ocorrências da doença desde 2019 até abril deste ano. A SBU enfatiza que o tabagismo é o principal fator de risco, relacionado a mais de 50% dos diagnósticos do tumor. Assim, a campanha de conscientização organizada pela sociedade durante o mês de julho visa a promover hábitos saudáveis como medida preventiva.
Por que é crucial abandonar o cigarro na prevenção
Luiz Otavio Torres, presidente da SBU, reforça que eliminar o tabagismo diminui significativamente as chances de desenvolvimento do câncer de bexiga. Além de não fumar, recomenda-se seguir uma série de práticas saudáveis, como alimentação equilibrada, consumo adequado de água e prática regular de exercícios físicos.
Quais são os outros fatores de risco para o câncer de bexiga?
Além do cigarro, existem outros elementos que aumentam o risco desta doença:
- Exposição a substâncias químicas
- Uso de certos medicamentos e suplementos alimentares
- Diferenças de gênero e raça, com maior incidência em homens brancos
- Idade avançada
- Histórico familiar
Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação da SBU, aponta que muitas pessoas relutam em associar o tabagismo a outros tipos de câncer que não o de pulmão, o que demonstra a importância da informação como ferramenta de prevenção.
Sinais de alerta e diagnóstico precoce do câncer de bexiga
Mauricio Dener Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, destaca que sangue visível na urina é o principal e mais comum sintoma. Outros sinais incluem maior frequência urinária, ardência ao urinar, urgência de urinar e jato urinário fraco. É essencial não ignorar esses sintomas e buscar orientação médica imediata.
O diagnóstico da doença é realizado por meio de exames de urina, ultrassonografia, tomografia computadorizada e cistoscopia. O tratamento varia de acordo com o estágio da doença e pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Incidentes de câncer de bexiga nas diferentes regiões do Brasil
Segundo a SBU, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro são os estados com maior número de casos novos. Fernando Korkes, supervisor da Disciplina de Câncer de Bexiga da SBU, observa que, embora haja maior prevalência no Sul e Sudeste, as regiões Nordeste e Centro-Oeste apresentam um aumento gradual de casos. Essa distribuição reflete padrões socioeconômicos e destaca a necessidade de políticas de saúde pública adaptadas a cada região.
A conscientização sobre os fatores de risco, os sinais de alerta e a adoção de hábitos de vida saudáveis são essenciais para combater a incidência do câncer de bexiga no Brasil. A prevenção é a maior aliada na luta contra esta doença grave.