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Imagine uma cena romântica que se transforma abruptamente quando um dos parceiros decide checar uma mensagem no celular. Parece improvável? Pois saiba que essa realidade está se tornando cada vez mais comum em quartos ao redor do mundo. Um estudo realizado nos Estados Unidos revelou que 20% das mulheres admitem usar o celular durante o sexo, mostrando como os dispositivos móveis estão infiltrando até os momentos mais íntimos entre casais.
A pesquisa, que envolveu mais de cinco mil pessoas, apontou ainda que os homens não estão totalmente isentos dessa prática, embora em menor escala (7%). Esses dados nos levam a questionar: qual o impacto dos smartphones no nosso comportamento e nas nossas relações íntimas?
Como os smartphones estão mudando nossas relações íntimas
Paulo Tessarioli, sexólogo e presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde, Educação e Terapia Sexual (Abrasex), explica que os celulares podem ser extremamente atrativos, oferecendo uma variedade de estímulos que competem pela nossa atenção. Esta “crise atenciosa”, como descreve, cria um cenário onde nossos focos são constantemente desviados, comprometendo até momentos de intimidade.
Segundo o estudo, não são apenas as interrupções durante o sexo que surpreendem. A pesquisa revelou também que 71% dos entrevistados passam mais tempo diário com seus smartphones do que com seus parceiros. Além disso, quase 50% dos proprietários de smartphones admitem checar o dispositivo durante um encontro romântico, o que pode indicar uma profunda dependência tecnológica.
Os riscos de permitir distrações tecnológicas em momentos românticos
- Desconexão emocional: O uso frequente de smartphones pode criar barreiras emocionais entre os parceiros, diminuindo a qualidade da comunicação e da conexão.
- Redução da satisfação: A constante necessidade de verificar o telefone pode interferir significativamente na capacidade de desfrutar do momento presente, afetando negativamente a satisfação das interações pessoais e íntimas.
- Impacto na saúde mental: A dependência de smartphones está associada a aumento de ansiedade e depressão, desencadeados pela pressão constante de estar “conectado”.
De acordo com Sarah McConomy, na realidade, muitas pessoas têm uma relação tão frequente e íntima com seus dispositivos móveis que às vezes parece que priorizam a tecnologia em detrimento de interações humanas reais.
Diante desses desafios, a conscientização sobre o uso equilibrado de tecnologias em contextos íntimos parece não apenas necessária, mas urgente. Estabelecer regras claras sobre quando e como usar dispositivos móveis pode ajudar a preservar a qualidade dos nossos relacionamentos mais importantes, garantindo que a tecnologia sirva como ferramenta de aproximação, e não de distanciamento.