Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Na última quinta-feira (11), a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, Proteste, levantou um sério debate ao publicar resultados de estudos que indicam um alto teor alcoólico em várias marcas de pães de forma. Essa descoberta, que surpreendeu consumidores e especialistas, levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a considerar a adoção de medidas regulatórias.
Dentre as marcas analisadas, três delas — Visconti, Bauducco e Wickbold 5 zeros — chamaram atenção por apresentarem níveis que poderiam ser detectados em testes de bafômetro após a ingestão de apenas duas fatias. Isso levanta uma preocupação quanto à segurança e à transparência nas informações prestadas aos consumidores.
O que a pesquisa revelou sobre a presença de álcool nos pães?
O estudo em questão analisou dez marcas de pães consumidas habitualmente pelos brasileiros. Surpreendentemente, somente as marcas Plusvita e Pullman passaram por todos os testes sem detectar teor alcoólico que suscitasse preocupações. No entanto, as outras marcas envolvidas no estudo demonstraram um teor de álcool que, se comparadas às bebidas alcoólicas, seis delas seriam classificadas como alcoólicas conforme a legislação vigente, que estabelece o limite máximo de 0,5% de etanol.
Como o álcool acaba nos pães de forma?
A explicação para tal presença se encontra no uso de conservantes que contêm álcool, objetivo de evitar o mofo e preservar a integridade do produto por mais tempo. A introdução do álcool na fabricação do pão geralmente acontece de forma natural, durante o processo de fermentação, e é comumente evaporado durante o cozimento. No entanto, a manutenção de altos níveis remanescentes sugere práticas que precisam ser revisadas e adequadas às normas de segurança alimentar.
Resposta das marcas e possíveis consequências
Em resposta às descobertas, as marcas mencionadas têm enfatizado que seguem as regulamentações vigentes e que estão comprometidas com práticas seguras de produção de alimentos. Por exemplo, o Grupo Wickbold afirmou que segue criteriosamente todos os protocolos de segurança e qualidade exigidos. Em contrapartida, a Anvisa e a Proteste consideram necessário revisar essas regulamentações para garantir que os níveis de álcool presentes nos pães não representem riscos à saúde dos consumidores, especialmente para crianças, grávidas e motoristas.
Portanto, este chamado serve como um alerta para os consumidores estarem mais atentos aos produtos que consomem, verificando sempre as informações nutricionais e aditivos contidos. A expectativa é que esse episódio resulte em uma maior transparência e reforço nos padrões de qualidade e segurança alimentar no Brasil.