Recentemente, marcas de luxo mundialmente conhecidas têm enfrentado uma queda significativa em seus valores de mercado. Esta desaceleração é atribuída, em grande parte, à retração nos gastos dos consumidores chineses. Mesmo marcas exclusivas estão sentindo o impacto, enfrentando desafios em um mercado que outrora era visto como seguro.
O conglomerado de luxo de Bernard Arnault, a LVMH (dona de marcas icônicas como Louis Vuitton e Christian Dior), reportou uma queda de 10% nas vendas na Ásia, excluindo o Japão, no primeiro semestre de 2024. Este declínio se aprofundou ainda mais no segundo trimestre, com uma queda de 14%, segundo os resultados publicados recentemente.
Por que as Marcas de Luxo Estão Enfrentando Desafios na China?
As ações da LVMH caíram 4,7% na quarta-feira, 24 de julho, após a divulgação dos resultados, marcando o maior declínio em um dia desde outubro passado. Embora tenham recuperado parte das perdas, as ações ainda estavam 4,4% abaixo do nível anterior à divulgação. Este fenômeno não é isolado; outras marcas, como a Prada, que também registraram quedas em suas ações, são reflexo da incerteza do mercado.
Quais Outras Empresas de Luxo Também Estão Sendo Afetadas?
As maiores empresas de luxo da Europa perderam juntas US$ 250 bilhões em valor de mercado desde março de 2024. Além da LVMH, outras marcas renomadas enfrentam desafios semelhantes. A Richemont, proprietária da joalheria Cartier, relatou uma queda de 27% nas vendas na China, Hong Kong e Macau. A Porsche também mencionou uma demanda fraca no segmento de luxo no país.
A Economia Chinesa Está Afetando Todos os Níveis de Consumo?
Mesmo fabricantes de carros de luxo, como a Mercedes-Benz, observaram uma contração nas vendas. A receita de sua divisão de carros caiu 4% no segundo trimestre de 2024. A Kering, proprietária da Gucci, também mencionou uma desaceleração acentuada na receita na China durante o mesmo período.
Fatores por Trás da Queda no Consumo na China
A desaceleração da economia chinesa está finalmente impactando marcas que outrora atendiam os consumidores mais abastados. Entre as causas estão um mercado imobiliário em declínio, uma crise de dívidas em governos locais e um nível de confiança do consumidor reduzido. Bain & Company denominou este fenômeno de “vergonha do luxo”, semelhante ao observado nos Estados Unidos durante a crise financeira global.
- Desaceleração nas principais economias
- Quedas no mercado imobiliário
- Crise de dívida em governos locais
- Níveis baixos de confiança dos consumidores
Há Marcas Que Conseguiram Superar a Tendência?
Embora a situação pareça sombria para muitas marcas de luxo, a Hermès é uma exceção. Conhecida por suas icônicas bolsas Birkin e lenços de seda, a Hermès relatou crescimento nas vendas em todos os países da região da Ásia, excluindo o Japão, no primeiro semestre de 2024.
