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Os médicos utilizaram uma pinça de joalheiro para remover o ferrão, mas a visão do paciente levou mais de cinco meses para retornar ao normal. O homem buscou ajuda médica horas após ser picado. No entanto, a equipe do hospital não conseguiu retirar todo o ferrão, deixando uma parte presa na íris.
Dois dias depois, a visão e a dor pioraram, os vasos na íris direita começaram a sangrar, e ele não conseguia enxergar com o olho ferido. Preocupado com a possibilidade de perder a visão, ele foi a uma clínica oftalmológica. Após diversos exames, especialistas identificaram o objeto no tecido transparente entre a íris e a esclera (parte branca do olho). A membrana mucosa que cobre a esclera estava inflamada e com vasos sanguíneos dilatados, e a córnea também apresentava inchaço.
Os médicos usaram uma pinça de joalheiro para retirar o ferrão. O paciente recebeu colírios com medicamentos antibacterianos e esteroides. Cinco meses depois, sua visão começou a melhorar.
“Picadas de abelhas oculares justificam o encaminhamento a um oftalmologista devido à inflamação grave que pode resultar do ferimento, bem como à possibilidade de um ferrão retido no olho”, alertam Talia Shoshany e Zeba Syed, oftalmologistas do Wills Eye Hospital.
Picadas de abelha e vespa diretamente no olho são raras, com poucos casos documentados na literatura científica. Sem atendimento urgente, os danos podem ser “devastadores para a saúde ocular e a função visual”, segundo especialistas da Academia Americana de Oftalmologia.
Os ferrões de abelhas e vespas são farpados, o que lhes permite penetrar no tecido ocular e liberar veneno profundamente no olho. Se o ferrão farpado não puder ser facilmente removido, é aconselhável deixá-lo para evitar danos maiores.
Há relatos de ferrões que permaneceram no olho sem afetar a visão. Em um estudo dos anos 1970, um paciente teve um ferrão alojado na córnea por 28 anos sem problemas visuais. No caso recente, o ferrão foi removido sem maiores danos, e o estudo foi publicado no The New England Journal of Medicine.