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Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, receitou chá de camomila para seus aliados, incluindo Lula, que ficaram “assustados” ao ouvi-lo falar em “banho de sangue” caso venha a ser derrotado na eleição de domingo, 28. As ameaças, longe de cessarem, têm se intensificado, mirando especialmente a oposição que luta para tomar o poder numa eleição considerada uma farsa pelo regime de Maduro.
Em um discurso inflamado na última terça-feira, 23, Maduro atacou a oposição de extrema-direita, alertando que não tolerará tentativas de manipulação do processo eleitoral. Ele prometeu retaliações severas: “se vocês mexerem com a luz, vão se arrepender por 200 anos. E desta vez não haverá perdão, haverá justiça!”
"Desta vez não haverá perdão, haverá justiça!", ameaça o ditador venezuelano Nicolás Maduro antes de consumar sua farsa eleitoral. https://t.co/gxot7d1PEc pic.twitter.com/mRoYCLXHFi
— O Antagonista (@o_antagonista) July 24, 2024
Ameaças de Maduro à Oposição
No restante do discurso, as ameaças de Maduro se tornam ainda mais explícitas e preocupantes. O tom agressivo e a promessa de ações duras contra a oposição indicam um cenário de crescente tensão política na Venezuela.
“Será o último erro que cometerão em sua vida política! Haverá justiça para que haja paz na Venezuela! Vou defender o direito à paz com mão de ferro, porque já chega, já basta de causarem tanto dano! Eles que façam o que bem entenderem. Nós cuidamos do nosso”, declarou Maduro, convicto.
Como Maduro Defende seu Governo das Acusações de Fraude?
Maduro também se antecipou às acusações de fraude que seguramente virão após a eleição de domingo. Ele se apropriou da narrativa bolsonarista sobre urnas eletrônicas para desviar a atenção dos métodos repressivos aplicados contra seus opositores durante todo o ciclo eleitoral.
“Eles sempre gritam fraude. Aí está a lei, aí estão os órgãos de justiça, o Ministério Público, que terão que agir. Enquanto isso, vamos nos concentrar no que é nosso”, disse Maduro, mostrando confiança. “Quanto maior for a diferença, quanto mais forte for a vitória, mais garantidas estarão a paz, a tranquilidade e o respeito à soberania do povo. Isso é uma verdade absoluta!”
Quais São as Medidas de Opressão Contra a Oposição?
A campanha eleitoral na Venezuela tem sido marcada por graves violações dos direitos civis. O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, e a líder María Corina Machado, enfrentam constantes bloqueios de estradas, dificultando a participação em comícios. Além disso, a repressão tem levado a prisões políticas e censura generalizada.
- Prisões Políticas: 125 pessoas foram presas por razões políticas, segundo a ONG Acesso à Justiça.
- Censura: O regime de Maduro fechou 47 sites, 14 rádios e duas agências de checagens.
- Voto Externo: Dos 4 milhões de venezuelanos expatriados, apenas 506 conseguiram autorização para votar.
Estes ataques e medidas de opressão visam claramente sufocar qualquer voz dissidente e garantir a perpetuação do regime de Maduro, custe o que custar.
Conclusões sobre a Situação na Venezuela
Com base nos discursos ameaçadores de Nicolás Maduro e nas medidas de opressão contra a oposição, o cenário político na Venezuela continua alarmantemente instável. As promessas de “justiça” contra quem se opuser ao regime, somadas às práticas de censura e repressão, desenham um quadro sombrio para o futuro do país.
Enquanto o povo venezuelano enfrenta as dificuldades impostas pelo regime, a comunidade internacional observa com preocupação o desenrolar dos acontecimentos. Será crucial que as lideranças globais mantenham a atenção voltada para o respeito aos direitos humanos e à democracia na Venezuela.
Conforme nos aproximamos da data da eleição, os olhos do mundo estarão voltados para as ações de Maduro e para o resultado desse processo eleitoral controverso.