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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira (26) que o governo federal está avaliando o envio de uma proposta ao Congresso Nacional para implementar uma nova tributação sobre o lucro de empresas multinacionais que atuam no Brasil. A medida visa corrigir distorções na arrecadação de impostos e garantir uma distribuição mais justa dos tributos pagos por essas empresas.
Haddad revelou que a proposta está sendo discutida no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), embora ainda não haja um consenso entre os países membros. O Pilar 1 da OCDE, que trata da taxação das multinacionais, encontra resistência de pelo menos um país. Sem detalhes específicos, o ministro comentou que o Brasil pode tomar ações unilaterais caso o cenário internacional não avance rapidamente.
Tributação de empresas multinacionais
A proposta de tributar multinacionais visa responder a uma questão recorrente: como assegurar que grandes empresas globais paguem impostos adequados nos países onde operam? Segundo Haddad, a OCDE propõe uma redistribuição dos direitos tributários para garantir que os tributos sejam pagos nos países onde os consumidores estão, e não apenas onde as empresas têm sua sede física.
Se aprovada, a medida representaria uma mudança significativa nas políticas tributárias internacionais. O foco seria principalmente em grandes multinacionais, aquelas com volume de negócios global superior a 750 milhões de euros, incluindo gigantes do setor digital. A tributação mínima em discussão é de 15%.
Então, por que essa nova tributação é tão relevante? Primeiro, ela busca corrigir uma falha no sistema atual, onde muitas multinacionais pagam impostos minorados ou mesmo inexistentes em países onde geram considerável receita. Essa prática prejudica a arrecadação nacional e cria desigualdades econômicas.
Além disso, a nova abordagem pode evitar competições fiscais desleais entre países. Países como Espanha e Itália já implementaram legislações para um novo modelo de tributação de multinacionais, seguindo a ideia proposta pela OCDE.
Impacto da tributação de multinacionais no Brasil
No contexto brasileiro, a tributação de multinacionais pode ser um passo importante para melhorar a justiça fiscal no país. O ministro Haddad destacou que as 20 nações mais ricas do mundo já veem a tributação progressiva como uma necessidade. No Brasil, a carga tributária acaba pesando mais sobre os pobres do que sobre os ricos, e uma mudança nesse quadro é essencial para promover equidade.
A reforma tributária proposta pela administração de Lula pretende modificar essa realidade, tornando o sistema tributário mais justo para todos. A implementação de uma tributação sobre multinacionais é apenas uma peça desse quebra-cabeça.
Proposta de Haddad
Embora os detalhes da proposição ainda não estejam claros, é esperado que a medida traga uma série de benefícios. Entre eles:
- Maior arrecadação de impostos para o Brasil
- Correção de desigualdades fiscais existentes
- Maior justiça fiscal para os consumidores brasileiros
- Alinhamento com as práticas internacionais de tributação
Se a proposta for aprovada, o Brasil estará em um caminho semelhante ao de outros países que já adotaram políticas de tributação de multinacionais, robustecendo sua posição no cenário global.
Ugência da reforma tributária
A reforma tributária é uma pauta prioritária. Fernando Haddad ressaltou que “quanto mais pobre, mais paga imposto”, uma realidade que a atual administração busca corrigir de maneira eficaz. A reforma é a chave para um sistema mais equitativo, onde todos contribuem de forma justa para o desenvolvimento do país.
O Brasil ainda enfrenta desafios significativos em sua estrutura tributária, mas a proposta de Haddad pode ser um passo decisivo nessa jornada. O caminho até a aprovação pode ser longo, mas os possíveis benefícios deixam claro que vale a pena o esforço.