No último mês, o sistema prisional de São Paulo foi palco de um crime brutal que chocou pela sua crueldade e meticulosidade. Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido como Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, apelidado de Rê, dois reconhecidos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foram assassinados dentro da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, uma unidade de segurança máxima.
Os eventos que levaram à morte destas figuras notórias da criminalidade brasileira ocorreram por volta das 12h40 do dia 17 de junho, destacando-se não só pela violência empregada, mas também pela aparente facilidade com que os assassinos executaram o plano dentro de uma instituição de alta segurança. Segundo o laudo necroscópico, os corpos apresentavam múltiplas perfurações, somando mais de 100 facadas, indicativas de um ataque extremamente pessoal e feroz.
Como foram as execuções que marcaram a facção criminosa?
Informações divulgadas pela Polícia Civil elucidam que a ação foi meticulosamente planejada e executada por quatro outros presos, todos ligados ao PCC e com históricos severos de criminalidade. As vítimas foram atacadas com armas improvisadas, como um canivete e um punhal artesanal, primeiramente sendo esfaqueadas nas áreas vitais e de seguida brutalmente esgorjadas.
Quem são os responsáveis pela morte dos chefes do PCC?
O Ministério Público de São Paulo rapidamente agiu, denunciando os supostos autos do crime: Luis Fernando Baron Versalli, o “Barão”; Ronaldo Arquimedes Marinho, conhecido como “Saponga”; Jaime Paulino de Oliveira, o “Japonês”; e Elidan Silva Ceu, apelidado de “Taliban”. Apesar dos fortes indícios e das horríveis cenas captadas pelas câmeras de segurança da prisão, todos negaram envolvimento nos homicídios durante seus depoimentos.
A falha no plano contra Sergio Moro e as consequências internas no PCC
Os assassinatos dos líderes de alto escalão da facção podem ter sido um acerto de contas internos, suspeita levantada pela polícia considerando as recentes falhas em uma missão de alto perfil que envolvia o senador Sergio Moro. Nefo, particularmente, estava sob suspeita de ter liderado a célula responsável pelo planejamento dessa operação falida. A facção, conhecida por suas regras e disciplinas rígidas internas, possivelmente não perdoou o fracasso de seus líderes.
Conhecidos por integrar a chamada Sintonia Restrita, uma espécie de célula de elite dentro do PCC, Nefo e Rê eram parte essencial da engrenagem que planejava e executava ações violentas contra figures públicas e autoridades judiciais no Brasil. Esta posição de influência dentro da facção os colocava em insustentável posição vulnerável, tanto diante das autoridades quanto frente aos seus pares, culminando em uma brutal reprimenda por seus fracassos operacionais e estratégicos.