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A polêmica está instalada no cenário da saúde brasileira após a recente decisão da Anvisa de proibir produtos à base de fenol. O Conselho Federal de Medicina (CFM), juntamente com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), se mobiliza contra a Resolução 2.384/2024, que impede a importação e uso desses produtos em tratamentos de saúde e estética.
A decisão da Anvisa veio à luz depois da morte de Henrique Chagas durante um peeling de fenol, que desencadeou uma revisão regulatória sobre a segurança desses procedimentos. Com 27 anos, Chagas teve uma parada cardiorrespiratória após um edema pulmonar agudo, resultado da inalação do produto. Isso levantou questionamentos sobre a regulamentação e controle de substâncias perigosas nos procedimentos estéticos no país.
O que diz a Resolução da Anvisa sobre o fenol?
Segundo a Anvisa, a resolução publicada em junho mira a proteção da saúde pública, proibindo o fenol em estética devido à falta de estudos que comprovem sua eficácia e segurança. Até o momento, nenhum produto à base de fenol estava regulamentado pela agência para uso em peeling.
Por que as entidades médicas estão preocupadas?
As reações das entidades médicas não se fizeram esperar. Segundo elas, a proibição afeta diretamente a qualidade do atendimento a milhares de pacientes em todo o Brasil, principalmente aqueles em tratamento de câncer de pele, onde o fenol é frequentemente utilizado. Eles argumentam que o fenol pode ser seguro se aplicado sob protocolos médicos rigorosos, inclusive com avaliações prévias detalhadas do estado de saúde do paciente.
Propostas e Reações frente à decisão da Anvisa
Oportunidade de reavaliação: As sociedades médicas solicitaram que a Anvisa permita o uso de fenol, condicionado à prescrição médica detalhada.
Apelo à segurança: Uma análise mais aprofundada do caso de Henrique Chagas poderia ajudar a definir protocolos mais seguros para o uso do fenol, minimizando riscos aos pacientes
Impacto na prática médica: Médicos de diversas especialidades, como dermatologia e oncologia, expressam preocupação com as limitações impostas, que poderiam atrasar ou impedir tratamentos importantes.
A luta das entidades médicas contra a nova normativa da Anvisa destaca a complexidade e os desafios da regulamentação médica. A necessidade de equilibrar segurança e eficácia, especialmente em tratamentos que envolvem riscos, é um tema de constante debate no Brasil e no mundo. Enquanto a discussão continua, a saúde e a segurança dos pacientes permanecem no centro das atenções.