Foto: Reprodução/13/4/2024 REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria.
No último sábado, 27 de janeiro de 2024, o presidente venezuelano Nicolás Maduro provocou uma nova onda de debates ao afirmar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil ficou irritado com o que ele chamou de “versão deturpada” de suas declarações sobre sistemas de votação em diversos países ao redor do globo.
Durante um evento que recebeu o corpo diplomático, incluindo a embaixadora do Brasil na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, Maduro reiterou sua posição de que o sistema eleitoral de seu país é o mais seguro do mundo. Ainda que a presença da embaixadora brasileira não tenha sido confirmada pela CNN, o tema tomou relevância nas discussões.
Sistema eleitoral venezuelano é mais seguro?
Maduro foi assertivo ao declarar que o sistema eleitoral da Venezuela é, sem sombra de dúvidas, o mais seguro conhecido. Ele destacou a existência de dezesseis auditorias no processo, uma cifra que considerou inigualável em qualquer outro lugar. “Onde fazem 16 auditorias? Em nenhum lugar”, desafiou o presidente venezuelano.
Na sequência de suas declarações, Maduro lamentou o que chamou de mal-entendidos e versões distorcidas sobre seus comentários anteriores a respeito do sistema eleitoral brasileiro. Ele argumentou que sua fala verdadeira foi mal interpretada e criticou a repercussão no Brasil.
Quem estava no evento
Apesar de a CNN não ter confirmado a presença da embaixadora Glivânia Maria de Oliveira no momento das declarações do presidente venezuelano, o evento contou com a presença de diversas figuras importantes. Além do corpo diplomático, o evento foi prestigiado por assessores e membros do governo que acompanham de perto o processo eleitoral do país.
Papel de Celso Amorim na visita à Venezuela
A fala de Maduro ocorreu em uma fase crucial para a Venezuela, um dia antes das eleições presidenciais deste domingo, 28 de janeiro. O assessor especial da presidência brasileira para assuntos internacionais, Celso Amorim, está em Caracas para monitorar o processo eleitoral. Amorim chegou na sexta-feira, 26 de janeiro, e rapidamente se encontrou com o chanceler venezuelano Yván Gil, descrevendo o encontro como “cordial”.
- Amorim se reuniu com Jorge Rodríguez, presidente do Legislativo venezuelano e chefe da campanha de Maduro. Rodríguez, um dos principais nomes do chavismo, está fortemente envolvido com o governo e a comunidade internacional.
- O assessor também encontrou Gerardo Blyde, chefe dos negociadores da oposição venezuelana para a assinatura do Acordo de Barbados no final do ano passado.
- Outro compromisso na agenda foi um encontro com integrantes do Centro Carter, organização fundada pelo ex-presidente americano Jimmy Carter para promover a democracia, e que já acompanhou diversos pleitos venezuelanos.
Importância do monitoramento internacional nas eleições venezuelanas
Além dos encontros citados, Celso Amorim também se reuniu com figuras importantes como José Luis Zapatero, ex-primeiro ministro da Espanha, e Leonel Fernández, ex-presidente da República Dominicana. Essas reuniões sublinham a importância do monitoramento internacional nas eleições da Venezuela, especialmente em tempos de tensão política e debate sobre a legitimidade dos processos eleitorais.
Com declarações polêmicas, disputas diplomáticas e encontros de alto nível, as eleições na Venezuela ganham ainda mais visibilidade e relevância internacional, especialmente para o Brasil e o Tribunal Superior Eleitoral.