Na tranquila cidade de Caraguatatuba, um caso de fraude chamou a atenção pelo envolvimento de um nome famoso: Arnold Schwarzenegger. No entanto, não se tratava do verdadeiro ator, mas de um artefato utilizado por golpistas para enganar uma idosa de 74 anos. Entre 2020 e 2022, a mulher, acreditando ajudar o ícone de Hollywood que supostamente estava em dificuldades financeiras, realizou uma série de transações financeiras que culminaram em perdas substanciais.
Os criminosos, manipulando a boa fé da aposentada, a convenceram a vender bens pessoais valiosos. A vítima chegou a vender sua própria casa e um carro, além de contrair empréstimos, tudo sob a premissa de auxiliar Schwarzenegger. Essa enorme perda financeira eventualmente levou a idosa a morar de aluguel, dependendo exclusivamente da aposentadoria de seu marido e dela para sobreviver.
Como o golpe foi descoberto?
Após dois anos de pagamentos contínuos, que variavam de R$ 230 a R$ 50 mil, a verdade veio à tona. Em um triste desfecho, a idosa descobriu a farsa através de conversas em inglês, onde os golpistas chamavam-na de “querida” e prometiam reembolso. A constatação do engano veio através de conversas cada vez mais suspeitas, que culminaram na dolorosa realidade de que tudo não passava de um golpe.
Trechos de conversa entre a idosa e o golpista, que se passou pelo ator Arnold Schwarzenegger — Fotos: Reprodução
O que dizem os especialistas sobre esses tipos de fraude?
Segundo especialistas em segurança cibernética, fraudes envolvendo celebridades são comuns e costumam ser bastante eficazes devido à influência e ao impacto emocional que essas personalidades têm sobre os fãs. Golpistas aproveitam dessa admiração para criar cenários convincentes e extorquir dinheiro de vítimas desprevenidas, especialmente os mais vulneráveis.
Medidas de Prevenção:
- Desconfie de solicitações de dinheiro que envolvam nomes famosos.
- Confirme a identidade das pessoas através de canais oficiais.
- Ao menor sinal de fraude, informe as autoridades competentes.
Qual foi a resposta legal ao caso?
No âmbito legal, a ação movida pela vítima resultou no acordo com um dos investigados, que concordou em pagar R$ 15 mil, divididos em 15 parcelas, como reparação pelos danos sofridos. O acordo foi homologado pela Justiça, que não considera mais este indivíduo como réu. Apesar do acordo, o caso continua sendo um alerta sobre o potencial de fraude mesmo em interações que pareçam benignas.
Este incidente não só deixou cicatrizes financeiras, mas também se tornou um pesado fardo emocional para a idosa e sua família. A advogada Ariele Maria dos Santos, que representa a idosa, compartilha que, embora ela esteja abalada, mantém a esperança de recuperar seu dinheiro algum dia. Enquanto isso, a história serve como um doloroso lembrete sobre os riscos associados a golpes que exploram a boa vontade das pessoas em relação a figuras públicas.