Uma pesquisa recente revelou que, embora o jejum intermitente possa trazer benefícios para a longevidade, aqueles que se alimentavam apenas dentro de uma janela diária de 8 horas não viveram mais do que aqueles que seguiam um padrão alimentar tradicional com refeições distribuídas ao longo do dia.
O estudo realizado pela Universidade Jiao Tong, em Xangai, China, analisou dados de 20 mil adultos coletados entre 2003 e 2018.
O que acontece com o corpo quando a pessoa faz jejum intermitente?
Um achado preocupante foi que o jejum intermitente (com 16 horas sem comer e 8 horas de alimentação) está associado a um risco 91% maior de morte por doença cardiovascular.
No entanto, Wenze Zhong, professor e presidente do departamento de epidemiologia e bioestatística da Universidade Jiao Tong, afirmou que, embora haja uma associação entre a restrição alimentar e o maior risco de morte cardiovascular, o estudo não prova que a restrição causou essas mortes, e mais pesquisas são necessárias. Isso ocorre porque os participantes autodeclararam suas dietas, o que pode levar a imprecisões.
Além disso, fatores como saúde individual, estilo de vida, adesão a diferentes tipos de jejum intermitente e disponibilidade de alimentos também podem influenciar os resultados.
Portanto, é fundamental consultar um nutricionista e manter acompanhamento médico ao considerar qualquer método de emagrecimento, incluindo o jejum intermitente, pois o que funciona para uma pessoa pode não ser adequado para outra.
Como funciona o jejum intermitente?
O jejum intermitente é uma prática alimentar que alterna períodos de jejum com períodos de alimentação. Em vez de restringir certos tipos de alimentos, essa abordagem foca em quando se deve comer.
Existem diferentes métodos, como o 16:8, onde se jejua por 16 horas e se come durante uma janela de 8 horas, ou o 5:2, onde se come normalmente por 5 dias e se restringe a ingestão de calorias em 2 dias da semana.
A prática é conhecida por ajudar na perda de peso, mas seus efeitos variam entre indivíduos e podem não funcionar para todos.
Benefícios e desafios
Segundo estudos anteriores, o jejum intermitente mostrou benefícios em animais para doenças degenerativas, cardiovasculares, câncer, obesidade e diabetes. Resultados semelhantes foram observados em humanos.
No entanto, a prática do jejum pode ser difícil de manter e, muitas vezes, resulta no efeito sanfona.
Quem não pode fazer jejum intermitente?
Grávidas, lactantes, diabéticos e pessoas que precisam monitorar os níveis de açúcar no sangue devem evitar o jejum intermitente devido ao risco de hipoglicemia.
Além disso, idosos, jovens, pessoas sob medicação, com baixo índice de massa corporal (IMC) ou com problemas emocionais ou psicológicos relacionados à alimentação, incluindo distúrbios alimentares, devem tomar precauções adicionais.
Consulte sempre um profissional de saúde antes de iniciar qualquer nova dieta para garantir que é seguro e apropriado para suas necessidades individuais.