O senador Cleitinho (Republicanos-MG) causou alvoroço ao usar orégano para representar o volume de 40 gramas de maconha – a quantidade definida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para diferenciar usuários de traficantes. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Cleitinho alerta que essa decisão pode fortalecer o tráfico de drogas e acusa os ministros do STF de invadir a competência do Congresso Nacional, conforme informações do Poder 360.
Segundo o senador, 40 gramas de maconha equivalem a 133 baseados. Para contextualizar, ele apresenta uma fórmula simples: 0,3 grama de maconha é suficiente para fazer um baseado. Com base nisso, ele calcula que 133 baseados representam R$ 1.330. E, extrapolando, considera que, se um “aviãozinho” (termo usado para traficantes intermediários) vender essa quantidade por dia, o tráfico lucraria R$ 39.900 mensais. Se aplicarmos essa lógica a uma cidade com 30.000 habitantes e 100 “aviõezinhos”, o valor total ultrapassaria R$ 4 milhões.
No entanto, é importante ressaltar que a precisão desse cálculo é questionável. A quantidade de baseados que se pode fazer com 40 gramas de maconha varia significativamente. Quando a maconha é pura, com apenas as flores da cannabis, é possível fazer mais de 100 cigarros. Porém, na maconha vendida ilegalmente, há misturas de folhas, caules, sementes e partes da raiz, exigindo maior quantidade para obter o efeito desejado. A concentração de THC (tetra-hidrocanabinol) também varia nas diferentes partes da planta, o que torna a estimativa imprecisa.
Em meio a essa discussão, fica a pergunta: a decisão do STF se refere às flores de cannabis, às folhas, aos caules ou às raízes? A maconha passou por transformações desde os anos 70, com métodos de produção que aumentaram sua potência e os efeitos do THC. Compreender essa potência é crucial, especialmente considerando os impactos na saúde mental.
Independentemente da polêmica, Cleitinho espera que a PEC das drogas, que criminaliza o porte e a posse de todas as drogas, seja pautada o mais rápido possível na Câmara dos Deputados. O debate sobre a legalização da maconha continua, e as nuances dessa decisão ainda serão exploradas.