Na última sexta-feira (14), um incidente aéreo elevou as tensões internacionais quando um bombardeiro tático Sukhoi Su-24 da Rússia entrou ilegalmente no espaço aéreo da Suécia, conforme informações da Folha de S. Paulo. Em resposta rápida, a Suécia mobilizou dois caças Gripen para interceptar e repelir a aeronave intrusa.
Este evento marca a primeira ocorrência do tipo desde que a Suécia, rompendo com sua histórica neutralidade de dois séculos, aderiu à Otan em fevereiro deste ano, tornando-se o 32º membro da aliança militar. A decisão sueca foi motivada pela ameaça percebida após a invasão russa na Ucrânia em 2022.
A interceptação aconteceu próximo à ilha de Gotland no mar Báltico, região de alto valor estratégico e alvo potencial de Moscou em um conflito teórico.
O chanceler sueco, Tobias Billstrom, classificou o ato como “inaceitável” neste sábado (15) e anunciou que buscará explicações da embaixada russa. Até o momento, não houve pronunciamento oficial por parte da Rússia.
Enquanto isso, a Suécia participa do Baltops-2024 até o dia 20, um extenso exercício militar no mar Báltico que conta com a presença de 85 aviões, 50 navios e 9.000 militares sob comando dos Estados Unidos.
A região do Báltico é apenas uma das áreas onde tais interceptações são comuns, juntamente com outras zonas de tensão global como o Ártico, o mar Negro, o estreito de Taiwan e o mar do Sul da China. Essas manobras servem como teste para as capacidades defensivas dos países envolvidos, embora violações diretas do espaço aéreo sejam raras.
Anteriormente na semana, a Rússia já havia invadido brevemente o espaço aéreo finlandês. A Finlândia, vizinha da Suécia e também ex-neutra desde o fim da Segunda Guerra Mundial, aderiu à Otan em 2023.
As violações russas coincidem com uma conferência de paz na Suíça destinada a discutir o conflito ucraniano. A Rússia apresentou demandas territoriais para encerrar a guerra, que foram prontamente rejeitadas por Kiev e seus aliados.
O Su-24 é um avião soviético utilizado por ambos os lados no conflito ucraniano. A Rússia possui 68 unidades na Força Aérea e mais 30 na Marinha. Por outro lado, a Suécia opera 96 caças Gripen.
Os caças suecos foram acionados após tentativas falhas de comunicação por rádio com o bombardeiro russo. O chefe da Força Aérea Sueca expressou que o incidente reflete o desrespeito russo pela soberania territorial.