Os astronautas norte-americanos Butch Wilmore e Suni Williams encontram-se “presos no espaço” e ainda não têm certeza de quando poderão retornar à Terra. Um problema nos propulsores da cápsula Starliner, fabricada pela Boeing, tem impedido o retorno seguro dos dois tripulantes à superfície terrestre. As falhas no equipamento representam um risco à vida dos astronautas durante o processo de reentrada.
A missão, que marca o primeiro voo tripulado da Boeing, visa oferecer uma alternativa de transporte para equipes da NASA, em parceria com a SpaceX. Apesar de três datas de pouso terem sido canceladas, a Boeing assegura que os problemas técnicos da Starliner não comprometem a segurança da viagem de volta e que Wilmore e Suni “não estão abandonados”.
Butch Wilmore e Suni Williams possuem vasta experiência em expedições à Estação Espacial Internacional, com duas missões cada. Juntos, acumulam 500 dias no espaço: 178 para Wilmore e 322 para Suni, segundo informações da NASA.
As viagens anteriores de Butch ocorreram em 2009 e 2014, sendo que nesta última ele comandou a estação.
Suni, com 59 anos, realizou suas missões espaciais em 2006 e 2012. Durante essas experiências, ela realizou sete caminhadas espaciais, totalizando 50 horas e 40 minutos. Esse tempo a coloca como a segunda astronauta com maior tempo acumulado em caminhadas espaciais, de acordo com a agência espacial dos Estados Unidos.
Suni foi selecionada pela NASA em 1998, enquanto Wilmore obteve sua aceitação em 2000, após três tentativas de ingresso na equipe.
Nascido no Tennessee, Butch Wilmore é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Tecnológica do Tennessee e possui mestrado em sistemas de aviação pela Universidade do Tennessee. Além de astronauta da NASA, ele é capitão da Marinha, acumulando 8 mil horas de voo em aviões a jato tático, quatro missões operacionais e formação na Escola de Pilotos de Teste Naval dos EUA.
Suni Williams, natural de Ohio (nascida em setembro de 1965), é bacharel em Ciências Físicas pela Academia Naval dos Estados Unidos e mestre em Gestão de Engenharia pelo Instituto de Tecnologia da Flórida. Assim como Wilmore, ela serviu à Marinha, acumulando mais de 3 mil horas de voo em mais de 30 aeronaves diferentes.
Especializada em voos de helicóptero, Suni participou de operações de socorro durante o furacão Andrew em 1992. Selecionada para a Escola de Pilotos de Teste Naval dos Estados Unidos em 1993, ela se tornou instrutora de voos em helicópteros e Oficial de Segurança da escola.
Segundo Suni, a carreira de piloto da Marinha e da NASA não foi sua primeira escolha. A inspiração veio após assistir ao filme “Top Gun”.
— Inicialmente, eu queria ser mergulhadora. Mas depois de ver o quão incrível Tom Cruise era em Top Gun, decidi me tornar piloto de jato. Acabei me apaixonando pelos helicópteros desde o início — compartilhou em entrevista à NASA.