Cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, identificaram uma possível explicação para as dores de cabeça que algumas pessoas experimentam após beber vinho tinto. De acordo com um novo estudo, um flavanol presente no vinho tinto, chamado “quercetina”, pode interferir no metabolismo do álcool e desencadear desconforto.
A quercetina é conhecida como um antioxidante saudável e está disponível até mesmo como suplemento. No entanto, quando entra na corrente sanguínea, o corpo a converte em uma forma diferente chamada “glicuronídeo de quercetina”, que bloqueia o metabolismo do álcool.
Os pesquisadores focaram em certos flavonoides e sua interação com uma enzima específica chamada ALDH2. Suas descobertas, publicadas na revista Scientific Reports no ano passado, revelaram que a quercetina é a que mais inibe essa enzima, levando ao acúmulo de uma toxina chamada acetaldeído.
O acetaldeído é uma substância irritante e inflamatória, conhecida por ser responsável pela ressaca. Altos níveis dessa toxina podem causar rubor facial, dor de cabeça e náusea em algumas pessoas.
É importante moderar o consumo de álcool devido à toxicidade do acetaldeído e seus efeitos adversos no corpo humano.
As dores de cabeça são comuns e afetam cerca de 16% da população mundial diariamente, conforme um estudo de 2022. Bebidas alcoólicas, incluindo o vinho, frequentemente estão associadas a essas dores de cabeça, especialmente quando consumidas em grandes quantidades.
Embora a quercetina esteja presente em vinhos tintos, estudos mostraram que os vinhos brancos têm teores dez vezes menores desse flavonoide. Além disso, os níveis de quercetina no vinho tinto variam com base na exposição à luz solar, no contato com a casca da uva durante a fermentação e no processo de envelhecimento.
Os autores do estudo alertam que pessoas suscetíveis podem desenvolver dores de cabeça mesmo com quantidades modestas de quercetina no vinho, especialmente se já tiverem enxaquecas preexistentes ou outras dores de cabeça primárias.