Foto: Reprodução/Gustavo Torres/Notipress.
Claudia Sheinbaum, a candidata presidencial do partido governista no México, encerrou sua campanha em 29 de maio com um evento em frente ao Palácio Nacional, o centro do poder executivo. Sheinbaum, que se afastou de seu cargo como governadora da Cidade do México para concorrer à presidência, está confiante de que ocupará o Palácio Nacional pelos próximos seis anos, o período de um mandato presidencial no México, sem possibilidade de reeleição.
Sheinbaum, candidata do Morena, partido fundado pelo atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, tem razões para sua confiança. As pesquisas mostram que ela tem uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre a segunda colocada, a senadora Xóchitl Gálvez. Essa vantagem tem se mantido constante por meses e é ainda mais significativa porque as eleições no México são decididas em um único turno.
A popularidade de Sheinbaum é em grande parte devida à popularidade de López Obrador. Apesar dos fracassos do governo em reverter a estagnação econômica e em lidar com a crise de segurança pública, López Obrador mantém uma taxa de aprovação de cerca de 60% na maioria das pesquisas. Além disso, as famílias não sentem a estagnação econômica, principalmente porque o governo aumentou os gastos com programas de transferência de renda.
Em relação à insegurança, ou a qualquer outro tema, os mexicanos veem o Morena como o menor dos males. A direita tradicional, que compõe a coalizão de Gálvez, está desacreditada por causa de administrações passadas.
O cenário político atual no México é semelhante ao do Brasil nas eleições de 2010. López Obrador é comparado a Lula, embora sem o impulso da alta das commodities e sem escândalos de corrupção.
Sheinbaum, apesar de compartilhar uma origem búlgara com Dilma Rousseff, não se parece com a ex-presidente brasileira. Ela vem do mundo acadêmico, é doutora em engenharia energética pela Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) e atua como professora e pesquisadora há mais de três décadas. Três professores da Faculdade de Engenharia da Unam que conhecem Sheinbaum falaram sobre ela, embora tenham preferido permanecer anônimos. Um deles também mencionou um conflito de interesses por estar atualmente envolvido em uma pesquisa com Sheinbaum.