Foto: Reprodução/Incêndio no pantanal em Corumbá (MS) nesta terça (11) – Ueslei Marcelino – 11.jun.2024/Reuters.
A devastação provocada pelos incêndios no Pantanal atingiu níveis alarmantes. Desde janeiro até o dia 11, uma área de 372 mil hectares foi consumida pelas chamas, ultrapassando o tamanho de duas metrópoles como São Paulo. As informações são da Folha de S. Paulo.
Este número é 54% maior do que o registrado no mesmo período de 2020, ano que detinha o recorde de piores queimadas no bioma, com 241,7 mil hectares afetados até então.
Dados Alarmantes
Segundo o Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa) da UFRJ, até o dia 14, o Pantanal já contabilizou 2.019 focos de incêndio em 2024, um aumento significativo em comparação aos 133 focos do mesmo período em 2023. Embora a área devastada atualmente seja maior, em 2020, foram registrados mais focos de incêndio, totalizando 2.206.
Especialistas atribuem a situação crítica à severa seca que assola o bioma há anos, exacerbada pelo fenômeno El Niño, e à falta de medidas preventivas contra incêndios.
Picos de Queimadas e Ações Exigidas
Os picos de queimadas no Pantanal geralmente ocorrem em setembro. No entanto, com o agravamento da situação já no primeiro semestre e um aumento nos incêndios no final do ano passado — em novembro de 2023, foram registrados 4.134 focos, o maior número para o período segundo o Inpe —, a ONG SOS Pantanal emitiu uma nota técnica solicitando ações imediatas.
O documento foi direcionado aos governos do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ao ICMBio e ao Ibama, pedindo uma colaboração mais efetiva e coordenada.
Gustavo Figueirôa, biólogo e representante do SOS Pantanal, ressalta que os recursos atuais, incluindo pessoal e equipamentos como aeronaves, são insuficientes para atender às necessidades.
Desafios e Medidas Governamentais
Figueirôa critica a falta de aprendizado dos governos com eventos passados e a ausência de prevenção. Ele menciona um acordo de cooperação assinado este ano entre os governos estaduais e o Ministério do Meio Ambiente para combater os incêndios, mas lamenta a falta de integração observada.
O biólogo enfatiza a necessidade de mais recursos humanos e equipamentos para enfrentar os incêndios de forma eficaz, considerando as dificuldades de acesso e logística do Pantanal.
Em resposta, o governo federal estabeleceu uma sala de situação para tratar das queimadas e da seca, com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, liderando discussões sobre medidas como a simplificação na contratação de brigadistas e a aquisição de equipamentos e aeronaves.
Impacto Ambiental e Resposta das Autoridades
O Pantanal, a maior planície alagável do mundo, tem sofrido com alterações em seu ciclo de águas devido a déficits de chuva desde o verão de 2019/2020. O Cemaden reporta uma situação hidrológica crítica, com áreas experienciando seca excepcional.
O fogo, em sua maioria causado por ações humanas, tem devastado a vegetação nativa e a fauna, incluindo espécies ameaçadas de extinção. Isabelle Bueno, do Instituto Homem Pantaneiro, destaca as dificuldades de combate direto ao fogo devido às condições climáticas e à logística desafiadora da região.
O Ibama informou que uma equipe de brigadistas do Prevfogo está atuando, com novas contratações previstas. Os governos estaduais e o Corpo de Bombeiros relatam esforços contínuos e investimentos em prevenção e combate aos incêndios.
Legislação e Futuro do Pantanal
Recentemente, o STF determinou que o Congresso estabeleça normas específicas para a proteção do Pantanal em 18 meses, destacando uma omissão legislativa. Caso o Congresso não atenda à determinação, o caso retornará ao STF.
Esta reescrita busca condensar as informações originais, mantendo os pontos principais e a urgência da situação, enquanto proporciona uma leitura mais direta e organizada.