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Os militares voltarão a desfilar pelas ruas de Buenos Aires no dia 9 de julho, em comemoração ao Dia da Independência, após cinco anos sem grandes desfiles militares na Argentina. A iniciativa foi anunciada pelo governo do presidente ultraliberal Javier Milei. As informações são do UOL.
“Haverá desfile no dia 9 de julho”, declarou o ministro da Defesa, Luis Petri, ao canal LN+ na noite de quinta-feira (6). “O presidente da Nação estará presente e ele pediu que os desfiles militares voltassem na Argentina”.
O último desfile com a participação de milhares de militares na ativa em Buenos Aires ocorreu em 2019, durante a presidência do direitista Mauricio Macri. Macri havia retomado a tradição durante seu mandato (2015-2019), exceto em 2018, quando o evento foi suspenso devido a uma crise da dívida.
Nos 15 anos anteriores a Macri, durante os governos peronistas de Néstor e Cristina Kirchner, a capital argentina não sediou desfiles militares, embora o aniversário da declaração de independência de 1816 continuasse a ser comemorado. Apenas em 2010, um desfile foi organizado para celebrar o bicentenário da Revolução de Maio, que marcou o início do processo de independência da coroa espanhola em 25 de maio de 1810.
A pandemia de 2020 forçou a suspensão dos desfiles, e o governo peronista de Alberto Fernández (2019-2023) não os restabeleceu após o fim da emergência sanitária. Alguns desfiles menores ocorreram, como o de San Miguel de Tucumán, onde a independência foi proclamada, com bandas de música e regimentos usando uniformes históricos de granadeiros.
“Claramente, o kirchnerismo tinha um viés antimilitarista”, afirmou Petri, acrescentando que o governo de Milei quer reivindicar o “papel histórico” das Forças Armadas.
Questionado sobre o custo do desfile militar em meio à política de austeridade do governo de Milei, o ministro disse que ainda não tinha os valores.
Desde que assumiu o cargo em dezembro, Milei tem buscado reposicionar as Forças Armadas na opinião pública. Isso inclui a revisão das ações tomadas durante a última ditadura (1976-1983) e a relativização do número de vítimas, que, segundo organizações de direitos humanos, foram 30 mil desaparecidos, enquanto o novo governo estima cerca de 8 mil.