Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Na tarde desta segunda-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a criação de um “estatuto de bom comportamento do homem” para incentivar o combate à violência contra a mulher. A declaração foi feita durante um evento no Palácio do Planalto, em Brasília.
O presidente abordou o tema durante a sanção de uma lei que obriga os estados e o Distrito Federal a apresentarem, a cada 10 anos, um plano de metas para combater a violência contra a mulher. Esse plano é necessário para que os estados possam acessar recursos federais destinados à segurança pública e aos direitos humanos.
“Nós precisamos pensar em fazer um estatuto de bom comportamento do homem. Imaginar que uma mulher, depois de uma jornada de trabalho, não tem vontade de voltar para casa porque lá vai encontrar um marido que é agressor e que pode bater nela por qualquer coisa, ou até mesmo sem motivo algum. Ele está predestinado a ser agressivo. É preciso ter um estatuto para formar essa espécie de ser humano”, disse Lula.
No evento, Lula afirmou estar “convencido” de que é preciso apostar na educação para combater a violência contra a mulher, o que inclui ações nas escolas para “formar um novo homem, uma nova mulher”.
“Isso começa pelo Ensino Fundamental e Médio. A escola é um espaço para tentar mostrar o alinhamento de comportamento do ser humano”, disse Lula. “Cidadão que bate em mulher não presta enquanto ser humano, não está bem formado”, acrescentou.
Lula também destacou a aprovação do projeto que condiciona o repasse de recursos aos planos de metas dos estados e do Distrito Federal. Para o presidente, isso é uma prova de que, mesmo com uma maioria conservadora, é possível avançar na proteção à mulher no Congresso.
“Mesmo com o Congresso sendo majoritariamente conservador, percebemos que, em determinadas circunstâncias, conseguimos formar maioria para aprovar coisas importantes”, disse o presidente.