Segundo informações da Folha de SP, durante uma reunião interna do PT, o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, expressou preocupação com a falta de um “comando político mais estrategicamente centralizado” na relação com a sociedade, o Congresso e os estados e municípios. O encontro virtual, intitulado “Conjuntura atual e relação com o Congresso”, foi promovido pela CNB (Construindo um Novo Brasil), principal corrente interna do partido.
Guimarães também mencionou que a responsabilidade de articular politicamente o governo na Câmara o mantém acordado à noite. Ele destacou as tensões e desafios nos bastidores do Congresso para apoiar e aprovar matérias de interesse do governo.
O deputado apontou um “não comprometimento” por parte dos partidos que compõem a base de apoio a Lula no Legislativo, o que tem resultado em reveses para o Executivo nas últimas semanas. Dado o tamanho minoritário da esquerda na Câmara e no Senado, Guimarães buscou formar uma base de apoio distribuindo ministérios a partidos de centro e direita.
No entanto, ele criticou a falta de alinhamento desses partidos em questões como os vetos do presidente Lula relacionados às saidinhas e às fake news. Guimarães reiterou a necessidade de mudanças no governo e afirmou que o Executivo deve estar bem preparado para a reeleição de Lula em 2026.
A comunicação do Executivo também foi alvo de críticas, e a Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência está atualmente sob comando interino. O líder do governo na Câmara esclareceu que suas observações foram feitas durante um debate interno de balanço e reorganização da tendência, em resposta a dirigentes que pediram maior interação do governo com os estados e com o PT.
“Afirmei que é necessário reconstruir a governabilidade, afinar a governabilidade, porque é difícil aqui. Nem todos que estão participando do governo, apoiam integralmente o governo. É necessário o governo ter centralidade política nas ações. O governo precisa se comunicar melhor frente a tudo que entrega e à pouca incidência ao nível de aceitação popular”, disse.