Foto: Soprintendenza Archaeologia Belle Arti Paesaggio Etruria Meridionale
Após uma série de dados coletados por um grupo de arqueólogos subaquáticos desde 2021, a descoberta dessa vila foi recentemente confirmada. A Itália, sendo o epicentro do império, abrigava as maiores estruturas de construção, muitas visíveis a olho nu. Outras, porém, ainda permanecem ocultas, como a estrutura circular encontrada à beira da praia na pequena cidade costeira da região do Lácio.
Uma antiga cidade do Império Romano foi descoberta nas profundezas do Mediterrâneo após séculos desaparecida. Em 2021, a área chamou a atenção dos arqueólogos devido ao aparecimento de uma coluna de mármore cipolino com capitel jônico afundado, parcialmente coberta pelas areias do Mar Tirreno. Durante uma expedição, os pesquisadores notaram que a coluna fazia parte de uma construção cônica muito maior, com 50 metros de diâmetro, localizada a poucos metros da praia.
Especialistas da Soprintendenza Archaeologia Belle Arti Paesaggio Etruria Meridionale concluíram que esses vestígios pertenciam a um pavilhão portuário construído pelos romanos. Em 2024, começaram uma série de escavações para entender a origem da estrutura e como ela foi parar debaixo d’água. A construção possui uma dupla cinta de paredes de tijolos com três metros de largura, assentadas sobre uma base de barro, o que favoreceu a conservação das cofragens e postes de madeira usados na fundação.
Estima-se que essa descoberta ilustre os desastres que o avanço do mar pode causar, como aconteceu com esta vila romana. Apesar das ondas constantes, a equipe de especialistas conseguiu submergir nas águas rasas, dando início a um programa de restauração subaquática planejado para durar três anos.
Segundo o relatório oficial, “a imponente estrutura circular está coberta de cocciopesto [material de construção romano] em alguns locais, enquanto em outras partes o piso de opus spicatum ainda se conserva. No centro, restam poucos fragmentos de alvenaria, infelizmente não intactos”. Esta suposta vila romana, que ainda guarda muitos segredos a serem desvendados – incluindo o ano de sua construção – pode ter sido a residência de um aristocrata romano.
No projeto de restauração, as paredes e o piso foram limpos e a madeira retirada cuidadosamente. As autoridades locais proibiram a navegação na área para proteger o local, que representa um dos vestígios mais surpreendentes no fundo do mar e pode ser avistado do ar.