O grupo “Fighters For Free North Korea” (Lutadores pela Coreia do Norte Livre), da Coreia do Sul, realizou uma ação ousada ao enviar balões carregados com dinheiro, panfletos políticos e pen drives contendo músicas k-pop e doramas, como “Winter Sonata”, para a Coreia do Norte. Essa iniciativa ocorreu na madrugada desta quinta-feira, 6, em resposta a Pyongyang.
VIDEO: A group of South Korean activists, the "Fighters For Free North Korea", send balloons loaded with anti-Kim Jong Un leaflets and K-pop music into North Korea, after Pyongyang sent hundreds of trash-filled balloons south last week. pic.twitter.com/AjMbTQV6AR
— AFP News Agency (@AFP) June 7, 2024
Na semana anterior, a Coreia do Norte havia lançado 3.500 balões contendo 15 toneladas de lixo em direção à Coreia do Sul, provocando tensões e levando Seul a suspender seu pacto militar com o Norte. Como resultado, houve a retomada de atividades militares próximas à fronteira.
O método de enviar balões não é novo e remonta à Guerra Fria, quando ambos os países utilizavam essa estratégia para influenciar um ao outro. Naquela época, milhões de panfletos foram disseminados tanto na Coreia do Sul quanto na Coreia do Norte.
Park Sang-Hak, líder do grupo “Fighters For Free North Korea”, exibiu panfletos com imagens do ditador Kim Jong-Un e sua irmã, Kim Yo-Jong, acompanhados da mensagem: “O inimigo do povo, Kim Jong-Un, enviou sujeira e lixo para os cidadãos da República da Coreia, mas nós, desertores, enviamos verdade e amor aos nossos compatriotas norte-coreanos”.
Recentemente, dez balões foram lançados da cidade fronteiriça de Pocheon, carregando 200 mil panfletos, 5.000 pen drives com vídeos de k-pop e dramas coreanos, além de 2.000 notas de um dólar. O governo sul-coreano afirmou que estava monitorando o envio de panfletos sobre a fronteira, embora a prática seja amparada por uma decisão judicial que considera a proibição inconstitucional.
Em 2020, Pyongyang demoliu um escritório intercoreano em Kaeson, na fronteira, devido aos balões. Seul proibiu a prática, mas essa medida foi posteriormente revertida por um tribunal superior.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, reafirmou seu compromisso com a paz através da força, visando transformar o Norte e restaurar a liberdade e os direitos humanos. As provocações cessaram após Seul ameaçar transmitir propaganda política e música k-pop ao longo da fronteira, uma prática suspensa há seis anos.
Apesar das tensões, o grupo “Fighters For Free North Korea” declarou que continuará enviando panfletos até que Kim Jong-un se desculpe, embora essa possibilidade seja improvável. Segundo a organização, “Kim Jong-un infligiu o pior insulto e humilhação a 50 milhões de pessoas do nosso povo”.