No último domingo (2), o Ministério das Relações Internacionais do Brasil expressou seu pesar pelo ferimento de uma família brasileira em um bombardeio ocorrido no sábado (1º) no Líbano. Segundo informações do UOL, o Itamaraty esclareceu que o bombardeio aconteceu em meio a ataques das forças armadas israelenses no sul do Líbano e do Hezbollah no norte de Israel. A Embaixada do Brasil em Beirute está prestando apoio consular, mantendo contato com os familiares e a equipe médica.
Ainda não foi confirmada a autoria de Israel no ataque. No dia anterior, um drone israelense foi derrubado em território libanês pelo Hezbollah, uma organização islâmica xiita do Líbano. Nas redes sociais, circulam vídeos de um drone Hermes 900 caindo no sul do país.
A Embaixada brasileira em Beirute tem monitorado o conflito Israel-Palestina desde o início. O Brasil pede às partes envolvidas que evitem a expansão do conflito em Gaza e novas vítimas civis inocentes. O governo brasileiro expressou sua indignação e condenou o bombardeio que feriu três cidadãos brasileiros.
A residência da família brasileira em Saddike, no sul do Líbano, foi atingida por um bombardeio no sábado (1º), por volta das 11h no Brasil. Fatima Boustani, 30, e seus dois filhos, uma menina de 12 anos e um menino de 8 anos, ficaram feridos.
A menina estava assistindo TV quando a casa foi atingida. Ela foi socorrida pelos vizinhos em estado de choque. O hospital planejava amputar a perna dela, mas a família interveio e outro médico realizou uma segunda cirurgia. Agora, ela está na UTI em observação devido à grande perda de sangue. Fatima está em estado crítico, com sangramento na cabeça e pulmão. O Consulado do Brasil no Líbano tentou transferi-la para um hospital em Beirute, mas os médicos desaconselharam devido à gravidade de seu estado.
O menino sofreu escoriações e está em observação na enfermaria. Os outros dois filhos, um de 13 anos e outro de 7, estavam na casa da avó durante o ataque e, portanto, não foram atingidos.
O casal está junto há 15 anos. Enquanto o pai tentava encontrar trabalho no Brasil, Fatima cuidava das crianças no Líbano. Eles decidiram passar um período no país para que as crianças aprendessem árabe. O primo do pai das crianças, Hussein Ezzddein, pede ao governo brasileiro que repatrie a família e envie um psicólogo para ajudar o pai, que está em estado de choque e depressão profunda. Ele não consegue aceitar o que aconteceu, não dorme nem come desde o incidente. Ele só chora e grita: “Como estou andando e minha filha não?”.