O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou sobre os custos estimados em R$ 1,3 milhão revelados pelo Estadão para que autoridades brasileiras participassem do Fórum de Lisboa, promovido pelo Instituto de Ensino e Desenvolvimento em Pesquisa (IDP), do qual ele é sócio.
Segundo informações do Estadão, apenas em diárias, órgãos dos Três Poderes desembolsaram R$ 1,2 milhão para custear a participação de pelo menos 78 pessoas, incluindo servidores, políticos, seguranças, ministros de Estado e membros do Poder Judiciário. Os dados consultados pela reportagem estão atualizados até 26 de junho, com possíveis aumentos ainda não refletidos nas ordens bancárias.
Durante o encerramento do evento, Gilmar Mendes abordou a questão dos custos: “Eu não sei avaliar essa questão de valores porque teria que se fazer vis a vis a viagens que são realizadas também no Brasil”, afirmou. Ele ponderou que a imprensa frequentemente reporta eventos no Brasil que também geram custos semelhantes, como passagens e hospedagem, e questionou se o valor gasto seria excessivo ou não.
Brincando sobre a situação dos custos ao erário, Gilmar Mendes destacou: “Até agora a gente não conseguiu inventar essa possibilidade da gente viajar de graça. Se o Estadão conseguir ensinar como os correspondentes se deslocam de maneira mais barata. Certamente não vêm a nado.”
O ministro comparou os custos de viagens, mencionando que uma ida de Brasília a São Paulo pode custar mais do que uma viagem de Brasília a Lisboa, destacando a complexidade e os custos envolvidos em deslocamentos internacionais.
Gilmar Mendes também enfrentou críticas em relação ao evento, conhecido no mundo jurídico como “Gilmarpalooza”, devido aos eventos paralelos e à falta de transparência. O Estadão revelou que sócios e diretores de empresas com ações no STF participam como palestrantes do evento deste ano, levantando questões sobre potenciais conflitos de interesse.
Além disso, o happy hour do evento, realizado pelo banco BTG Pactual, que responde a ações na Corte, gerou controvérsia ao reunir ministros e parlamentares, evidenciando a interação entre setores públicos e privados durante o evento.