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O fundador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), João Pedro Stedile, criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 6 de junho, afirmando que “não está fazendo nada na reforma agrária”. Em entrevista ao portal O Joio e o Trigo, Stedile lamentou a falta de avanço na desapropriação de terras, no crédito para os assentados e no Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).
“É uma vergonha. Nós já estamos há um ano e meio, não avançamos. Desapropriação não avançou. O crédito para os assentados não avançou, nem o Pronera. O Pronera é o negócio mais civilizatório que qualquer governo de direita pode fazer porque é viabilizar o acesso dos jovens camponeses à universidade. Então é uma vergonha”, disse Stedile.
O MST apoiou a campanha do petista nas eleições de 2022. Quatorze meses depois do início do terceiro mandato de Lula, o dirigente do movimento deu nota 3 para a política de democratização de terra do governo federal.
Stedile, no entanto, afirmou que continuará a defender o presidente dos “seus inimigos” – multinacionais, o capital financeiro e o latifúndio.
“E nós queremos defendê-lo frente aos seus inimigos. Agora, o governo como um todo está aquém da nossa expectativa, da classe trabalhadora, em geral”, disse.
O fundador do MST também criticou a falta de consciência do governo sobre as diferenças entre a agricultura familiar e o agronegócio.
“Já perdi a paciência de ouvir ministro dizer que não há incompatibilidade entre a agricultura familiar e o agronegócio. O agronegócio usando agrotóxico é incompatível com o vizinho de dez hectares que não usa, porque ele vai contaminar, vai matar a biodiversidade”, afirmou.