De acordo com um recente estudo publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, a ingestão de alimentos ultraprocessados está associada a uma maior prevalência de insônia.
A pesquisa analisou os padrões alimentares e de sono, identificando uma associação estatisticamente significativa entre o consumo desses alimentos e a insônia crônica. Essa relação persistiu mesmo após considerar características sociodemográficas, estilo de vida, qualidade da dieta e saúde mental dos participantes.
O estudo, que avaliou dados de mais de 39.000 adultos franceses entre 2013 e 2015, revelou que indivíduos com insônia crônica tinham uma ingestão maior de alimentos ultraprocessados. Essa associação foi observada tanto em homens quanto em mulheres, com um risco ligeiramente maior para os homens.
É importante destacar que o estudo tem algumas limitações, incluindo a confiança em dados autorreferidos e possíveis erros na classificação dos alimentos. Além disso, os resultados não podem ser generalizados para toda a população francesa, uma vez que a amostra incluiu uma proporção maior de mulheres e indivíduos de alto nível socioeconômico.
Os pesquisadores recomendam investigações futuras para testar a causalidade e avaliar as associações ao longo do tempo. No entanto, sugerem que pessoas com dificuldades de sono considerem avaliar sua dieta, especialmente em relação ao consumo de alimentos ultraprocessados.
O que são alimentos ultraprocessados?
Alimentos ultraprocessados são produtos que passam por várias etapas de processamento industrial e contêm diversos ingredientes. Eles incluem óleos, gorduras, açúcares, amidos e proteínas isoladas, além de aditivos artificiais como corantes, aromatizantes, emulsificantes e conservantes.
Esses aditivos modificam a cor, sabor, textura e prazo de validade dos produtos, tornando-os mais atrativos para os consumidores. Exemplos comuns de alimentos ultraprocessados incluem refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, cereais matinais açucarados, macarrão instantâneo e refeições congeladas.
No entanto, é importante considerar que esses alimentos têm baixo valor nutricional e alta densidade energética. Seu consumo regular está associado a um maior risco de obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até certos tipos de câncer.