Segundo informações de O Globo, o delegado Rivaldo Barbosa, réu preso sob acusação de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, deixou um recado escrito à mão para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do caso.
No recado, Rivaldo afirma o seguinte:
“Aos Exmos. ministros e à eternidade: 1 – eu nunca falei com esses outros denunciados; 2 – o Inq. 901-00266-19 possui provas técnicas da mentira do assassino da vereadora Marielle e do motorista Anderson; 3 – no STJ há uma decisão que eu não participei das investigações”, escreveu o delegado.
Montagem/ Fernando Frazão/ Agência Brasil
O recado foi registrado no mandado de citação, documento entregue a Rivaldo na prisão para informá-lo de que se tornou réu no processo. Esse documento, com as palavras do delegado, foi anexado ao processo em 26/6.
A defesa de Rivaldo Barbosa argumenta que a existência de um inquérito de 2019 (Inq. 901-00266-19) indica que o delegado não tentou obstruir a investigação contra os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, também denunciados pelo homicídio de Marielle. Durante essa investigação, realizada quando Rivaldo era chefe de Polícia, houve quebras de sigilo telemático dos irmãos Brazão.
Quanto à decisão do STJ mencionada pelo delegado preso, ela se refere ao julgamento de maio de 2020, que rejeitou o pedido de federalização da investigação do caso Marielle. Na época, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, mencionou indícios de corrupção envolvendo Rivaldo Barbosa e outros servidores. No entanto, a relatora ministra do STJ, Laurita Vaz, destacou que Rivaldo nunca esteve à frente da investigação do caso Marielle.
Em 18 de junho, o STF tornou réus os acusados de ordenar o assassinato de Marielle e Gomes. Os réus incluem o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Inácio Brazão; seu irmão, o deputado federal João Francisco Inácio Brazão; o delegado Rivaldo Barbosa; e o policial militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Os irmãos Brazão e Robson Calixto Fonseca, conhecido como “Peixe”, também são réus por integrar uma organização criminosa.
Segundo as investigações, o atirador responsável pela execução direta do crime foi o ex-policial militar Ronnie Lessa, que colaborou com informações sobre os demais envolvidos. O ex-PM Élcio de Queiroz confessou ter dirigido o veículo no momento do assassinato.
Com informações de O Globo