Neste sábado (1º), a Coreia do Norte retomou o envio de balões repletos de lixo para a Coreia do Sul, conforme relatado por Seul. Segundo o Estado-Maior Conjunto, a Coreia do Norte está novamente enviando balões carregados de detritos para o Sul.
Seul emitiu um comunicado aos seus cidadãos neste sábado, solicitando que evitassem tocar em balões “vistos no céu próximo à cidade” e que informassem à polícia ou ao exército sobre a presença desses objetos. O Ministério da Defesa informou que mensagens semelhantes foram transmitidas por outras administrações regionais.
Ao longo da última semana, a Coreia do Norte já havia enviado aproximadamente 260 balões contendo sacos de lixo, incluindo baterias usadas, bitucas de cigarro e esterco. Esses carregamentos, apelidados de “presente de sinceridade” por Pyongyang e “ação desumana” por Seul, cruzaram a fronteira em centenas de balões e foram encontrados em várias partes da Coreia do Sul.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a Coreia do Norte afirmou nesta semana que esses “presentes sinceros” são uma resposta aos balões enviados pelo Sul com propaganda contra o líder norte-coreano Kim Jong Un. Esses balões são geralmente lançados por ativistas sul-coreanos.
Shin Won-sik, ministro da Defesa sul-coreano, classificou o envio de balões com lixo como um “comportamento inacreditavelmente mesquinho” e considerou os balões enviados ao Norte por ativistas como “ajuda humanitária”. Provocações entre as duas nações são frequentes – desde o armistício da Guerra da Coreia, em 1953, as duas nações permanecem tecnicamente em conflito e estão separadas por uma zona desmilitarizada.
No último domingo (26), o vice-ministro da Defesa da Coreia do Norte condenou os balões enviados por ativistas sul-coreanos, chamando-os de “coisas sujas” e “provocação perigosa”. Ele alertou que cobriria as zonas fronteiriças do vizinho com “pilhas de papel usado e sujeira”.
Os balões sul-coreanos, ao contrário, costumam carregar panfletos anti-Pyongyang, minirrádios, alimentos e pen drives com vídeos de música k-pop. As ações são frequentemente lideradas por desertores do regime.
A Coreia do Sul tentou impedir essas campanhas, que já causaram conflitos entre os ativistas e as pessoas que vivem perto dos locais de lançamento. Em 2020, Pyongyang chegou a demolir um escritório intercoreano na cidade fronteiriça de Kaeson, na Coreia do Norte – o espaço era um símbolo da colaboração entre os dois países.
Kim Yo-jong, influente irmã do líder norte-coreano, emitiu uma declaração na agência de notícias estatal KCNA na qual chama as críticas à Coreia do Norte de vergonhosas. Os balões, disse ela, foram “presentes de sinceridade” para os sul-coreanos, que “clamam pela liberdade de expressão”. Yo-jong prometeu ainda enviar dezenas de vezes o número enviado.