Durante a Segunda Guerra Mundial, os EUA produziram mais de 230.000 aeronaves, resultando em um excedente que necessitava de armazenamento. O deserto de Sonora, próximo a Tucson no Arizona, foi selecionado devido à sua baixa umidade, escassas precipitações e solo resistente – condições ideais para conservar aviões com mínimo risco de corrosão.
A partir de 1946, a base aérea de Davis-Monthan passou a abrigar esses aviões, categorizados em quatro tipos baseados em seu estado e uso futuro:
- Tipo 1000: Aviões preservados para potencial reativação rápida.
- Tipo 2000: Aeronaves destinadas ao fornecimento de peças.
- Tipo 3000: Aviões em espera temporária por um destino final.
- Tipo 4000: Aeronaves programadas para serem desmontadas e recicladas.
O procedimento de armazenamento é detalhado e inclui a remoção de armamentos, limpeza para eliminar agentes corrosivos e aplicação de uma camada protetora contra as condições do deserto. Os aviões do Tipo 1000 recebem manutenção a cada quatro anos para assegurar sua operacionalidade.
Dentre as aeronaves armazenadas, há peças históricas como o B-29 Enola Gay, que lançou a primeira bomba atômica, e modelos famosos como o Grumman F-14 Tomcat, imortalizado no filme “Top Gun”. Este “cemitério” de aviões vai além de um simples depósito; ele tem um papel econômico vital.
Aproximadamente 600 funcionários trabalham na recuperação de componentes valiosos, gerando uma economia anual de até US$ 350 milhões em novas peças. O impacto financeiro é significativo e ressalta a importância econômica da instalação.
O deserto do Arizona não apenas guarda relíquias da história militar aérea mas também é fundamental para a economia e capacidade militar dos EUA. Com o aumento das tensões globais, muitas dessas aeronaves podem ser reativadas, evidenciando o valor estratégico deste extenso depósito no deserto.
Com informações da Revista Sociedade Militar