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A Estapar, empresa de estacionamentos, comunicou aos seus clientes que não irá compensar os proprietários de veículos estacionados no aeroporto Salgado Filho e nos estacionamentos próximos gerenciados pela empresa. A informação foi divulgada na terça-feira (28).
O piso térreo do terminal foi inundado, afetando os veículos. A decisão também se aplica aos estacionamentos da empresa na região, como o da Avenida Severo Dullius, ao lado do Pepsi On Stage.
A Estapar pediu desculpas, mas informou que não irá compensar aqueles que sofreram perdas. A empresa menciona que a legislação brasileira a isenta de responsabilidade, pois a inundação foi um evento sem precedentes cujos efeitos não poderiam ser evitados.
“Após uma análise cuidadosa da lamentável situação que afetou a todos, lamentamos informar que não poderemos atender ao pedido de compensação pelos danos sofridos pelo seu veículo, devido ao mencionado evento climático extremo que atingiu o Estado do Rio Grande do Sul, de conhecimento de todos e amplamente divulgado pela mídia. Foi um evento de magnitude sem precedentes, cujos efeitos não eram possíveis de serem evitados ou impedidos, de modo que, de acordo com a legislação brasileira aplicável, não há responsabilidade da Estapar nessas condições”, diz o e-mail enviado aos clientes ao qual a coluna teve acesso.
Além disso, a Estapar informou que notificou os proprietários para que providenciassem a retirada dos veículos. Após o envio do aviso, alguns carros foram removidos.
“A Estapar emitiu um comunicado à imprensa e também em suas redes sociais, antes das águas avançarem pelas áreas térreas dos estacionamentos, solicitando aos proprietários de veículos que estavam utilizando aquelas áreas dos estacionamentos operados pela Estapar do Aeroporto Salgado Filho e suas proximidades para que retirassem os automóveis ou entrassem em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor da Estapar (SAC) pelo telefone 0800 0105560 ou [email protected]. O aviso permitiu que alguns carros fossem removidos com a ajuda dos proprietários”, diz outra parte do comunicado.
Enquanto a retirada dos veículos não é possível, a Estapar informa que os seguranças da Fraport estão fazendo a vigilância. A empresa informou que já “organiza uma dinâmica para a retirada dos veículos”.
“Uma equipe da Estapar, autorizada pela Fraport, foi até o local e constatou que as águas começaram a baixar, mas o estacionamento permanece inacessível, sendo impossível a retirada dos veículos até o momento. De qualquer forma, a vigilância dos bens é assegurada por profissionais de segurança da concessionária do aeroporto”, relatou a empresa.
A empresa reafirma que não haverá cobrança de tarifas aos clientes com veículos estacionados nas unidades da região desde as 20h30min de 3 de maio — quando as operações do aeroporto foram oficialmente interrompidas. A decisão de não compensar os proprietários é contestada.
— Eles têm responsabilidade sim, inclusive porque havia avisos meteorológicos sobre isso antes. Nessas circunstâncias, vamos analisar a propositura de uma ação civil pública contra a empresa — relata o presidente do Movimento Edy Mussoi de Defesa do Consumidor, Cláudio Pires Ferreira.
A coluna procurou a Estapar para que explicasse essa decisão. Até a publicação desta reportagem, a empresa não respondeu aos questionamentos feitos.