A Assembleia Legislativa de Buenos Aires classificou o líder venezuelano Nicolás Maduro como indesejável, citando sérias infrações aos direitos humanos em sua nação. A decisão foi endossada pela maioria dos vereadores da capital argentina.
A iniciativa da resolução partiu dos legisladores Claudio Romero e Emmanuel Ferrario, do Proposta Republicana (Pro), atendendo a solicitações de refugiados venezuelanos na Argentina, e conquistou o aval da maior parte dos 60 membros da assembleia.
Romero declarou: “Em Buenos Aires, não aceitaremos ditadores ou indivíduos que infrinjam os direitos humanos, que perpetrem barbáries sob a bandeira de uma revolução fictícia e que empreguem a tortura como instrumento de governança.”
Os representantes do Frente de Esquerda optaram pela abstenção, enquanto os do União pela Pátria (kirchnerista) foram contrários à medida. A votação espelha a divisão partidária acerca do tema.
Elisa Trotta, secretária-geral do Fórum Argentino pela Defesa da Democracia (FADD), celebrou o veredito, interpretando-o como um robusto endosso aos mais de 220 mil venezuelanos asilados na Argentina.
Trotta, diplomata com dupla cidadania venezuelana-argentina, enfatizou: “Tiranos como Maduro devem estar cientes de que seus delitos não permanecerão sem punição e que o globo não é um espaço livre para eles circularem com as mãos tingidas de sangue.”
A aprovação da resolução ocorreu a menos de dois meses das eleições presidenciais venezuelanas. O clima político no país está cada vez mais acirrado. Trotta adicionou: “Os venezuelanos estão mobilizados apoiando o movimento nacional libertário encabeçado por María Corina Machado e Edmundo González (principal opositor), e o olhar internacional está atento para garantir que o resultado das urnas em 28 não seja usurpado.”
Desde 26 de março, seis críticos ao regime venezuelano encontram-se abrigados na embaixada argentina em Caracas. O governo argentino vem insistindo por uma resolução para a situação.
No dia 30 de maio, Diana Mondino, ministra das Relações Exteriores da Argentina, cobrou que a Venezuela concedesse prontamente salvo-condutos para esses sujeitos partirem do país, em conformidade com a Convenção de Caracas sobre Asilo Diplomático de 1954.