Foto: Reprodução/Sergio Lima/Poder360.
ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo “está aberto” para desistir do leilão de compra do arroz importado.
“Se tiver outro mecanismo que faça com que o abastecimento se regularize a preços normais, sem especulação, o governo está sempre aberto ao diálogo”, disse o ministro em entrevista ao UOL.
Como noticiamos, o cancelamento da primeira tentativa de realizar o leilão foi anunciado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no último dia 11, mesmo dia em que o próprio Fávaro anunciou a saída do então secretário de Política Agrícola, Neri Geller, do governo.
Um ex-assessor de Geller, que também é sócio do filho dele em uma empresa, foi um dos negociadores do leilão. Entidades agrícolas e membros da oposição apontaram um suposto favorecimento da corretora do ex-funcionário de Neri Geller na concorrência.
Fávaro disse ainda que, se dependesse dele, já teria demitido o diretor da Conab responsável pelo leilão, Thiago José dos Santos.
“Não entendo por que não saiu ainda”, acrescentou.
Na sexta-feira, 21, o presidente Lula afirmou que a anulação do leilão do arroz ocorreu porque houve uma “falcatrua numa empresa”.
“Tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. Depois tivemos anulação do leilão porque houve uma falcatrua numa empresa. O arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 o pacote de cinco quilos. Não dá pra ser um preço exorbitante”, disse o petista.
Quais são as suspeitas sobre o leilão?
Como mostrou Crusoé, no leilão realizado em 6 de junho, para a compra de 263,3 mil toneladas de arroz, o governo federal aceitou que um pequeno supermercado, na região central de Macapá, fosse responsável por negociar mais da metade do valor negociado. A Wisley A. de Sousa LTDA, nome empresarial do supermercado “Queijo Minas”, ficaria sob a responsabilidade de entregar 147,3 mil toneladas do grão, em uma transação superior a 736 milhões de reais.
O governo Lula anunciou a compra de arroz logo após o início das enchentes no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por 70% da produção nacional do grão, mas já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.
A Conab afirmou que, no atual modelo de leilão, a estatal só fica sabendo quem são as empresas vencedoras após os resultados da operação. Isso porque quem intermedia as negociações são as bolsas de cereais.
O arroz seria vendido em pacotes de 5 quilos por um preço tabelado de R$ 20 e teria o rótulo do governo.
Créditos: O Antagonista.